Copom Mantém Selic em 15% e Projeta Corte Gradual
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (5), manter a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva. A decisão reflete a estratégia de aguardar por “tempo prolongado” para que a inflação se consolide e atinja a meta de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual.
A autoridade monetária prioriza a análise das expectativas de inflação futura, considerando um horizonte de 18 meses.
Análise do Economista-Chefe
Roberto Padovani, economista-chefe do BV e ex-assessor no Ministério da Fazenda, acredita que a postura do Copom tem apresentado resultados, embora o processo seja lento. Ele prevê um corte gradual da Selic, começando em março de 2026, com cinco cortes adicionais de 50 pontos-base, levando a Selic para 12% ao ano.
Padovani destaca que o momento ideal para o corte depende da convergência da inflação para 3% no horizonte de 18 meses.
Fatores que Influenciam a Decisão
A decisão do Copom é influenciada por diversos fatores, incluindo a inflação corrente e as expectativas futuras. Um componente crucial é a inflação de serviços, que tem se mantido elevada, impulsionada pela taxa de desemprego em mínimos e pela renda da população.
Padovani acredita que o enfraquecimento da atividade econômica, previsto para 2026, será o gatilho para a arrefecimento da inflação de serviços.
Cautela e Projeções
O Banco Central adota uma postura cautelosa, evitando sinais que possam antecipar cortes de juros e prejudicar as expectativas de inflação. Padovani enfatiza que o Copom prioriza ter uma projeção clara de inflação futura dentro da meta antes de qualquer corte inicial na Selic.
A análise dos próximos dados de inflação, atividade e emprego será determinante para a decisão final.
