Mercado Brasileiro e Expectativas do Copom no Foco
A semana entre 26 de outubro e 1 de novembro foi marcada por um cenário de apetite por risco na bolsa brasileira, influenciado pelas ações do governo americano e pela divulgação da nova taxa de juros do país. O chamado “shutdown” nos Estados Unidos adiou a divulgação dos dados de emprego, direcionando o foco para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no período de 2 a 7 de novembro.
Um dos eventos mais relevantes foi o encontro entre Donald Trump e Lula na Malásia, que gerou otimismo no mercado. A reunião de cerca de 50 minutos, conforme declarado por Trump, foi considerada “ótima” e as negociações para buscar soluções para o “tarifário” e sanções contra autoridades brasileiras continuam.
Além disso, Trump sinalizou um acordo com a China, fechado na quinta-feira (30), que suspende restrições e tarifas elevando as tensões entre as maiores economias do mundo.
O Federal Reserve (Fed) também teve um papel importante, anunciando uma redução na taxa de juros, que passou a ser entre 3,75% e 4%. Apesar do resultado esperado, Jerome Powell expressou incerteza sobre a próxima reunião, com divergências entre os membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto).
Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, acredita que essa decisão marca o início de uma “temporada” de política monetária mais branda.
Expectativas para a Reunião do Copom
A reunião do Copom, na terça-feira (4), será crucial para definir o futuro da taxa básica de juros do Brasil. As expectativas apontam para uma manutenção da Selic em 15%, considerando que pouco mudou no cenário doméstico: as projeções do crescimento econômico recuaram marginalmente, e a atividade segue em desaceleração gradual.
Leonardo Costa, economista do ASA, acredita que o tom do comunicado será firme, reforçando o compromisso com a convergência da inflação.
Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com, destaca a importância do Boletim Focus do Banco Central. As projeções do IPCA para os próximos dois anos mostram um ritmo lento a moderado, mantendo a projeção distante do centro da meta. Cada nova edição do boletim ganha importância para verificar se as expectativas se aproximam da meta.
A inflação corrente vindo melhor do que o esperado e a moderação do crescimento decorrente da alta de juros de 450 pontos-base entre setembro de 2024 e junho deste ano, ainda preocupam a autoridade monetária com o fato de a atividade econômica continuar acima da capacidade — o chamado hiato do produto.
Dados Econômicos e Acompanhamento
Além da reunião do Copom, os investidores brasileiros acompanharão a divulgação de dados econômicos importantes, como o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de outubro, a balança comercial de outubro, o IGP-DI de outubro, a inflação ao produtor de setembro, e a agenda de discursos dos membros do Fed nos EUA.
A temporada de balanços das empresas listadas na B3 também ganha tração, com divulgações de resultados de Petrobras, Embraer, Itaú Unibanco, Suzano, Minerva, Magazine Luiza, Cogna e outras.
Acompanharão-se também os dados de produção industrial de setembro, a balança comercial de outubro e o IGP-DI de outubro, além da inflação ao produtor de setembro (ambos na sexta-feira). A temporada de balanços das empresas listadas na B3 ganha tração, com divulgações de resultados de Petrobras, Embraer, Itaú Unibanco, Suzano, Minerva, Magazine Luiza, Cogna e outras.
