Correios formalizam empréstimo de R$12 bilhões com bancos para reestruturação financeira

Os Correios formalizaram um empréstimo de R$12 bilhões com cinco instituições financeiras. O acordo, que inclui bancos importantes, garante a estatal recursos cruciais para suas operações. A assinatura do contrato ocorreu na sexta-feira (26) e estabelece uma vigência até dezembro de 2040, assegurando uma operação de 15 anos com garantia da União.

A notícia foi divulgada em edição extra do Diário Oficial da União no sábado (27). A operação permitirá a liberação de R$10 bilhões em 2025, complementada por outros R$2 bilhões até janeiro de 2026, injetando rapidamente capital na empresa.

Apesar do novo financiamento, a situação financeira dos Correios permanece delicada. A estatal registrou um prejuízo de R$4,3 bilhões no primeiro semestre e um rombo acumulado de R$6,1 bilhões entre janeiro e setembro, um valor três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024, quando o déficit foi de R$1,3 bilhão.

Os déficits desde 2022 já ultrapassam a marca de R$10 bilhões.

O acordo representa uma melhoria em relação a uma proposta anterior, que foi recusada devido a juros acima do limite tolerado pelo Tesouro. A negociação resultou em uma redução de quase R$5 bilhões, e o Tesouro já havia aprovado uma operação de até R$12 bilhões, mas com uma liberação inicial de apenas R$5,8 bilhões em 2025.

O plano de reestruturação apresentado pela estatal visa garantir estabilidade nos próximos 12 meses, com medidas como um programa de demissão voluntária e a venda de imóveis.

O plano prevê a demissão voluntária de 15 mil trabalhadores, com 10 mil em 2026 e 5 mil em 2027. Também está previsto o fechamento de 1 mil unidades dos Correios, além de novas parcerias com o setor privado, com o objetivo de que a estatal retorne ao lucro em 2027, buscando recuperação em médio prazo.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) agendou uma sessão extraordinária para terça-feira (30) sobre um dissídio dos Correios.

Paralelamente, haverá nova rodada de negociações na segunda-feira (29). O presidente do TST considerou que a greve impacta os serviços durante as festas de fim de ano, decidindo marcar o julgamento mesmo no recesso do Judiciário. Uma decisão liminar determinou que 80% do efetivo se mantenha em funcionamento, sob pena de multa diária de R$100 mil.