Os Correios firmaram um acordo com bancos para obter um empréstimo de até R$ 12 bilhões, com garantia do governo federal. Essa medida visa fortalecer a situação financeira da empresa e evitar dificuldades de pagamento nos próximos anos. A operação foi aprovada pelo Tesouro Nacional e pelo Conselho Monetário Nacional.
Detalhes da Operação
Sob os termos do empréstimo, os Correios terão juros de 115% do CDI, um período de carência de três anos e um prazo total de 15 anos. A garantia do governo federal significa que, em caso de inadimplência, o Tesouro Nacional assumirá a dívida.
Participação dos Bancos
Cinco bancos participarão do empréstimo: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco (com aportes de R$ 3 bilhões cada), Itaú e Santander (com R$ 1,5 bilhão cada).
Utilização dos Recursos
Os recursos serão utilizados para quitar dívidas, regularizar pagamentos a fornecedores, garantir o pagamento do 13º salário, financiar um programa de desligamento voluntário e realizar investimentos com o objetivo de recuperar a posição da empresa no mercado de encomendas e criar novas fontes de receita.
Situação Financeira Atual
Em 2025, os Correios poderão utilizar apenas uma parte dos recursos, limitada a cobrir um déficit primário estimado em R$ 5,8 bilhões. A empresa apresentou um prejuízo de R$ 6,05 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, com projeções de atingir R$ 10 bilhões até o final do ano.
Desafios Futuros
Para alcançar o ponto de equilíbrio e voltar a registrar lucros a partir de 2027, os Correios precisarão implementar um ajuste de aproximadamente R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões por ano, combinando cortes de custos e aumento de receitas. Essa meta é considerada um desafio significativo por analistas do mercado.
Em comunicado interno, a estatal informou que o pagamento do 13º salário ocorrerá nesta sexta-feira (19), destacando o esforço adicional da diretoria para cumprir a obrigação diante do cenário financeiro adverso.