Cosan atrai R$ 10 bilhões de investimento com fundo BTG Pactual e Perfin

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições um aporte de R$ 10 bilhões na Cosan (CSAN3), realizado pelos fundos Perfin e BTG Pactual, por meio da subscrição de ações da holding controlada por Rubens Ometto. A decisão representa o encerramento de um processo que, com o prazo legal de 15 dias, culminará na conclusão da alocação na primeira oferta pública da companhia.

Impacto no Mercado

A notícia gerou otimismo no mercado financeiro no final de setembro. O grupo Cosan, liderado por Rubens Ometto, que também possui negócios como Raízen (RAIZ4), Rumo Logística (RAIL3) e Compass, busca reduzir sua dívida, em um período de intenso investimento.

A Cosan apresentava, no fim de 2024, uma dívida líquida de R$ 23,5 bilhões e um prejuízo de R$ 9,4 bilhões, com uma receita anual de R$ 44 bilhões.

Estrutura da Capitalização

O aporte dos novos investidores chega em um momento oportuno para aliviar as dificuldades financeiras do conglomerado. A capitalização será realizada em duas etapas. Inicialmente, a empresa emitirá novas ações, com uma oferta-base de R$ 7,25 bilhões, totalmente subscritas pelo consórcio de investidores, composto pelos fundos BTG Pactual e Perfin.

Uma “hot issue”, parcela adicional de R$ 1,81 bilhão (25% do valor da oferta-base), será destinada exclusivamente aos acionistas atuais da Cosan.

Condições da Capitalização

O período de restrição à venda das ações, conhecido como “lock-up”, terá duração de dois anos para o consórcio de investidores. Na segunda etapa da capitalização, haverá um “lock-up” de 90 dias para os insiders da Cosan – executivos, administradores e pessoas com acesso a informações privilegiadas.

A alocação das ações será discricionária, com a Cosan tendo a liberdade de decidir quem receberá os papéis, priorizando os acionistas existentes.

Preços e Etapas da Emissão

O preço por ação na segunda emissão será o mesmo da primeira oferta, buscando manter o equilíbrio entre as rodadas de capitalização. A quantidade total captada na segunda etapa dependerá do volume efetivamente captado na primeira emissão de ações.

A Cosan poderá realizar um segundo follow-on, com potencial de movimentar até R$ 2,75 bilhões.