CVM acusa Borlenghi e diretores da Ambipar em recompra de ações

CVM acusa controlador da Ambipar, Tercio Borlenghi, por recompra de ações. Processo aponta para infração na Resolução CVM nº 77/22. A CVM busca punição.

03/12/2025 14:49

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(Imagem de reprodução da internet).

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou um processo sancionatório contra o controlador da Ambipar (AMBP3), Tercio Borlenghi Junior, e outros quatro diretores da companhia. A acusação central reside na recompra de ações realizada no ano anterior, onde a empresa teria ultrapassado o limite de 10% das ações em circulação no mercado, conforme estabelecido pela legislação.

A área técnica da autarquia formalizou a acusação em 8 de agosto de 2025, aproximadamente uma semana após a decisão do presidente interino da CVM, Otto Lobo, em julho.

Reconsideração Solicitada

Após cerca de um mês da decisão de Lobo, a área técnica da CVM solicitou uma análise mais aprofundada do caso ao colegiado da autarquia. Essa solicitação, conforme reportado por Lauro Jardim no Globo em outubro, ainda não foi incluída na pauta para discussão.

Acusações Específicas

O processo acusatório aponta para a infração do artigo 9º da Resolução CVM nº 77/22. Tercio Borlenghi Junior, Guilherme Patini Borlenghi, Luciana Freire Barca Nascimento e Thiago da Costa Silva são acusados de terem violado essa regra durante a recompra de ações.

Argumentos da Defesa

A defesa dos executivos da Ambipar alega que a ultrapassagem do limite foi resultado de uma falha pontual nos controles internos, com a planilha de controle não sendo atualizada prontamente. A empresa também afirma que a comunicação sobre o novo percentual de ações em tesouraria não foi feita em tempo hábil ao departamento responsável pelas recompras.

Correção e Outorga

Para solucionar a situação, a Ambipar antecipou a outorga de seu plano de remuneração baseado em ações. A empresa também pediu recuperação judicial em 21 de outubro passado e colocou sigilo para dados financeiros, inclusive para a CVM, que foi à Justiça pedir acesso aos dados.

Desdobramentos e Reiteração da Solicitação

Diante dos novos desdobramentos do caso, a área técnica reforçou o pedido de reconsideração ao presidente interino da CVM. Lobo assumiu o cargo em julho, após a renúncia de João Pedro Nascimento, e seu mandato se encerra no final do mês. O Ministério da Fazenda ainda não fez nenhuma indicação para o cargo.

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