Cyrela (CYRE3) dispara com vendas e projeção de alta de até 35%, diz BB Investimentos

Construtora apresenta bom desempenho em lançamentos e vendas; analista do BB vê benefício na política de crédito imobiliário para a classe média.

15/10/2025 14:10

3 min de leitura

Cyrela (CYRE3) dispara com vendas e projeção de alta de até 35%, diz BB Investimentos
(Imagem de reprodução da internet).

Cyrela Surfe Boa Maré: Avaliação Positiva do BB Investimentos

O BB Investimentos elevou o preço-alvo para as ações da Cyrela (CYRE3) de R$ 31 para R$ 39, após a construtora divulgar sua prévia operacional do terceiro trimestre (3T25). O banco manteve sua recomendação de compra (outperform), conforme relatório publicado nesta terça-feira (14).

O novo valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 35% em relação ao fechamento do dia 14, de R$ 28,82.

Desempenho da Cyrela e Novas Oportunidades

No acumulado deste ano, os papéis da companhia avançam 73%, superando o desempenho do Índice Imobiliário (IMOB), que sobe 53%, e do Ibovespa, que apresenta alta de 18% no mesmo período. Já no pregão da manhã desta quarta-feira (15), as ações registraram estabilidade, sendo negociadas em torno de R$ 28,75, segundo dados do Investing.com.

Em relatório, o analista Felipe Mesquita afirma que a Cyrela voltou a acelerar o ritmo de lançamentos e tem mantido bom desempenho de vendas no segmento de alto padrão.

Avanços e Desafios

A incorporadora mais que dobrou seu volume de empreendimentos lançados nos nove primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, somando R$ 9,67 bilhões. Embora em ritmo mais contido, as vendas líquidas também cresceram, atingindo R$ 6,8 bilhões, alta de 19% na comparação anual.

Segundo Mesquita, o desempenho dos resultados sinaliza que a gestão da companhia enxerga oportunidades mesmo em um ambiente de juros altos.

Nova Política Habitacional e Benefícios para a Cyrela

Na última sexta-feira (8), o governo federal anunciou uma nova política habitacional voltada à ampliação do crédito para a classe média. A principal medida do projeto prevê uma mudança na regra dos depósitos compulsórios da poupança: uma parte do valor depositado que, hoje, fica retida pelo Banco Central (BC) vai ser liberada para financiar moradias.

Com isso, 80% do montante liberado vai ser direcionado para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), e os 20% restantes serão aplicados no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

De acordo com Felipe Mesquita, esse novo modelo de crédito imobiliário deve beneficiar a construtora, já que terá como foco os projetos fora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Desempenho e Alavancagem

Mesquita ressalta ainda que, mesmo com unidades maiores e preço final acima do teto do SFH, a incorporadora mantém velocidade de vendas (VSO) de 50% nos últimos 12 meses — ritmo considerado forte.

O analista do BB também destaca que a alavancagem financeira segue controlada e elogia a redução do custo médio da dívida corporativa, que passou passou de uma faixa com valores entre 99,1% do CDI e CDI +0,62% e passou passou a variar entre 98,2% do CDI e CDI +0,52%.

Riscos e Considerações

Entre os principais riscos à tese de investimento, o BB cita um possível ritmo menor de vendas de estoque e a manutenção da Selic em patamares elevados por mais tempo, o que poderia limitar a demanda por financiamentos imobiliários. O relatório também aponta aumento de custos, despesas com distratos e contingências, além da concorrência mais acirrada em praças como São Paulo e Rio de Janeiro, que estão entre as mais disputadas do país tanto na oferta de novos empreendimentos quanto na competição por terrenos.

Autor(a):