Cyrela e Direcional sobem, mas caem na bolsa: veja análise dos especialistas
Minha Casa, Minha Vida (MCMV) impulsiona construtoras no 3º trimestre, com forte atuação prevista para 2026.

Resiliência do Setor de Construção e Impacto do Minha Casa, Minha Vida
As prévias operacionais do terceiro trimestre de 2025 para as construtoras Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3) reforçam a avaliação de um setor de construção resiliente, impulsionado principalmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Mesmo diante de uma taxa de juros de 15% ao ano, as empresas apresentaram resultados sólidos em lançamentos e vendas nos meses de julho a setembro, com perspectivas positivas para o fechamento do ano. O programa MCMV continua sendo o principal vetor de crescimento, com projeções de expansão para 2026, baseadas na robustez orçamentária e metas aceleradas do governo.
Análise Detalhada das Empresas
A Cyrela (CYRE3) avança no segmento de baixa renda, através da marca Vivaz, colhendo os benefícios de suas operações diversificadas. O aumento da exposição a esse segmento tem contribuído para a resiliência das vendas e lançamentos. Os lançamentos totais da companhia alcançaram R$ 5,05 bilhões (+62% ano a ano), superando as estimativas de um dos analistas. A Vivaz, impulsionada pelo MCMV, resultou em um crescimento de 107% na comparação anual de lançamentos, atingindo R$ 1,46 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) lançadas. As vendas líquidas totais somaram R$ 3,55 bilhões (+11% ano a ano), com R$ 960 milhões provenientes do segmento de baixa renda.
Direcional: Expansão na Média Renda
A Direcional (DIRR3) ganha espaço no segmento de média renda, através de lançamentos pela Riva. Apesar de os números do terceiro trimestre terem ficado ligeiramente abaixo das projeções de alguns analistas, a empresa registrou crescimento e boa execução. Os lançamentos totais atingiram R$ 2,15 bilhões (+54% ano a ano), com R$ 1,19 bilhão lançado no nicho de média renda (Riva). As vendas líquidas alcançaram R$ 1,64 bilhão (+10% ano a ano, excluindo projetos Pode Entrar). A Velocidade de Vendas (VSO) geral se manteve sólida, em 24%, embora tenha apresentado uma leve queda no segmento MCMV para 21% devido à concentração de lançamentos no final do período. A empresa também gerou um fluxo de caixa positivo de R$ 114 milhões no trimestre, impulsionado por vendas de recebíveis e participações em projetos.
Tenda: Desempenho Resiliente no MCMV
Os resultados da Tenda (TEND3) foram os mais fracos dentre as principais construtoras, com performance abaixo das estimativas (-15% em vendas líquidas) devido à marca Alea. No entanto, a operação principal, sob a marca Tenda, que está diretamente ligada ao Minha Casa, Minha Vida, demonstrou um desempenho mais resiliente. Os lançamentos totais somaram R$ 1,56 bilhão (-27% ano a ano), com a grande maioria (12 projetos, totalizando R$ 1,49 bilhão) lançada sob a marca Tenda. As vendas líquidas totais foram de R$ 1,23 bilhão (-21% ano a ano). A Velocidade de Vendas (VSO) da Tenda foi considerada saudável, atingindo 27% no terceiro trimestre, menor que os 37% de um ano atrás.
Recomendações de Investimento
Segundo análises de BTG Pactual, Itaú BBA, XP e BofA, a Cyrela (CYRE3) possui recomendações de compra com preços-alvo de R$ 32 (BTG Pactual), R$ 37 (XP) e R$ 32 (BofA), com prazos de 12 meses. A Direcional (DIRR3) também recebe recomendações de compra de BTG Pactual (R$ 20), Itaú BBA (R$ 19,7 – fim de 2026) e BofA (R$ 15 – fim de 2025), enquanto a Tenda (TEND3) recebe recomendações de compra de BTG Pactual (R$ 44) e de venda de BofA.