Debussy e o Mercado: Silêncio e Estratégia para Lucrar no Ibovespa

O Silêncio Entre as Notas e o Mercado Financeiro

O renomado pianista Claude Debussy defendia que a qualidade de um som deveria ser definida pelo silêncio que se encontra entre as notas musicais. Sua obra mais famosa exemplifica essa premissa, guiando o ouvinte através dos respiros e nuances de velocidade – uma lição valiosa para o investidor que busca transformar a paciência em lucros superiores à média-variância. No entanto, a análise do mercado financeiro frequentemente se concentra em eventos e gatilhos, mas a verdadeira sabedoria reside na capacidade de observar o que não acontece.

A Influência do Silêncio no Mercado

As flutuações do Ibovespa, por exemplo, foram significativamente influenciadas por eventos que não se concretizaram. No final do ano, observamos uma melhora substancial do “risk-on” no Brasil, evidenciada pela guinada de +11,58% do Ibovespa entre 28 de julho e 28 de outubro. A ausência de uma disputa bélica entre Trump e Lula, a não ocorrência da transformação de Galípolo em Tombini e a não intensificação das apostas fiscais governamentais contribuíram para um ambiente mais calmo, permitindo o retorno do “carry trade”, sustentando o câmbio e preparando o terreno para um ciclo de queda de juros a partir de 2026.

A Importância da Ausência de Eventos

Investidores focados no ciclo eleitoral frequentemente se frustraram, perdendo o foco em seus gatilhos e observando oportunidades passarem. A tentativa de transformar uma opção em obrigação demonstra uma compreensão equivocada do mercado. A situação política pode se alterar, mas a observação do presente, com sua ausência de eventos dramáticos, oferece uma perspectiva valiosa.

Recomendação para o Fim do Ano

Diante desse cenário, uma única recomendação se destaca: concentre-se na tranquilidade do momento presente. Se as condições se mantiverem favoráveis, o Ibovespa pode rapidamente atingir os 160 mil pontos. A recuperação de parte das dívidas pode começar a se transformar em participação acionária a partir de 2026.

Embora possa parecer uma narrativa entediante para plataformas de streaming, essa abordagem se alinha com a natureza do mercado financeiro, onde a ausência de eventos disruptivos pode ser tão importante quanto a sua ocorrência.