Deputados do Rio querem privatizar Maracanã para reduzir dívida estadual
Governo do Rio busca privatizar Maracanã e Aldeia para reduzir dívida de R$ 190 bilhões com a União, gerando controvérsia.
Privatização do Complexo do Maracanã
Um dos maiores palcos do esporte mundial está prestes a ser colocado à venda. O governo do Rio de Janeiro tem planos de vender o complexo do Maracanã, visando abater parte de uma gigantesca dívida do estado com a União. O objetivo da privatização do Estádio Mario Filho seria reduzir essa dívida, estimada em mais de R$ 190 bilhões, e permitir que o Rio de Janeiro entre no programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
O complexo inclui 62 imóveis, entre eles o estádio do Maracanã, palco de finais das Copas do Mundo de 1950 e 2014, e de inúmeros momentos históricos do futebol. O projeto de venda foi aprovado na última quarta-feira (22) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), mas ainda precisa ser votado plenamente.
Detalhes da Venda e Propósito
A venda do Maraca visa principalmente reduzir os gastos com imóveis públicos subutilizados e encontrar uma solução definitiva para o estádio. O custo de abertura do estádio para qualquer tipo de evento gira em torno de R$ 1 milhão. O governo estadual busca uma solução que evite a continuidade desses custos.
O projeto inclui também a Aldeia Maracanã, o Batalhão da PM da Tijuca e imóveis da Uerj. Com a venda destes bens públicos, o governo estadual visa reduzir o déficit orçamentário estimado em R$ 19 bilhões para 2026.
Desafios e Controvérsias
Um dos principais entraves é a ocupação indígena do casarão ao lado do estádio, a Aldeia Maracanã, que está ocupada desde 2006. Uma disputa judicial teve início seis anos depois, com os ocupantes da aldeia pedindo que o imóvel passasse à propriedade da União.
O governo do Rio de Janeiro argumenta que a Aldeia Maracanã é ocupada ilegalmente. Segundo Rodrigo Amorim (União Brasil), o local é “subutilizado por meia dúzia de indivíduos que se apresentam como índios”. Em 2013, indígenas e ativistas que os apoiavam foram retirados do terreno após uma operação da Polícia Militar.
Situação Atual e Perspectivas
A decisão judicial que impede o estado de assumir a posse do imóvel é que o governo ainda não pagou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que recebeu o bem como garantia de dívidas trabalhistas. A venda do Maracanã depende da resolução deste impasse.
Autor(a):
Redação
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