Deutsche Bank Alerta: “Red Flags” Indicam Possível Bolha na Inteligência Artificial

Deutsche Bank alerta para “red flags” na IA: investidores devem ficar atentos à possível bolha da IA, com análise de Adrian Cox e Stefan Abrudan.

16/12/2025 19:39

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(Imagem de reprodução da internet).

Red Flags na Inteligência Artificial: Análise do Deutsche Bank

O mercado de Inteligência Artificial (IA) está sob crescente escrutínio, e o Deutsche Bank destaca que a recente euforia não se limita a uma simples tendência. A expressão “red flag” (bandeira vermelha) está sendo amplamente utilizada no TikTok e em outros fóruns, indicando uma preocupação central entre os investidores globais: a possível bolha da IA.

O banco alemão alerta que, apesar do potencial da tecnologia, é crucial identificar os sinais de alerta que podem indicar um estouro iminente.

O Deutsche Bank enfatiza que a bolha da IA, se existir, ainda está em seus estágios iniciais, diferenciando-se do estouro da bolha da internet. A dupla de analistas, Adrian Cox e Stefan Abrudan, ressaltam que a bolha da internet foi composta por duas fases distintas: a primeira, caracterizada por IPOs de empresas pouco capitalizadas e sem lucro, e a segunda, envolvendo empresas de telecomunicações com dívidas elevadas e infraestrutura de fibra óptica inativa. Desta vez, a dinâmica é diferente, impulsionada por grandes empresas de tecnologia estabelecidas, com múltiplas fontes de receita e financiamento através de fluxo de caixa livre.

O banco alemão aponta que o indicador Shiller Cape do S&P 500, que avalia o preço do mercado, já ultrapassou 40 pontos, um nível próximo ao observado na bolha da internet de 1996. Isso sugere que o mercado está negociando em patamares historicamente esticados, aumentando a sensibilidade a choques macroeconômicos ou frustrações de resultados.

No entanto, o Deutsche Bank reconhece que a alta recente das ações de tecnologia tem sido impulsionada pelo crescimento de lucros, e não apenas pela expansão de múltiplos.

O volume de investimentos em data centers e infraestrutura de IA pode alcançar US$ 4 trilhões até 2030, um número sem precedentes. Contudo, o banco alemão argumenta que o ciclo atual difere do passado, pois os “hyperscalers” (empresas que operam data centers massivos e globais, como AWS, Google Cloud e Azure) estão financiando esses investimentos com seu próprio fluxo de caixa, em vez de endividamento excessivo ou emissões especulativas.

O capex do setor de tecnologia permanece abaixo de 40% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), um nível inferior ao observado no final dos anos 1990.

Além disso, os retornos já começaram a aparecer, com o retorno sobre o capital investido (Roic) das grandes empresas de tecnologia aumentando desde o início do ciclo de IA, impulsionado pela demanda corporativa por serviços em nuvem, ferramentas baseadas em IA e ganhos de eficiência, especialmente em desenvolvimento de software. O banco também observa um aumento consistente no uso de modelos generativos, como o Gemini 3 do Google, indicando que o escalonamento continua entregando ganhos relevantes de capacidade, especialmente em tarefas multimodais e de raciocínio.

Apesar das falhas dos modelos generativos, como alucinações e dificuldades de aplicação em larga escala, os custos dos modelos vêm caindo rapidamente, o que estimula novos usos e amplia a demanda. O Deutsche Bank reconhece que a tecnologia não “bateu de cara no muro”, e que os retornos já estão sendo gerados.

(Continua…)

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