Diretoria do Banco do Brasil enfrenta risco de exoneração após queda de 60% no lucro no segundo semestre de 2025; Lula identifica outro responsável

Queda de 60% no resultado do BB provoca discussão, porém presidente Tarciana Medeiros conta com o apoio de Lula e reduz a importância da pressão sobre s…

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O Banco do Brasil (BBAS3) obteve uma redução de 60% no lucro líquido no segundo trimestre de 2025, com ganhos restritos a R$ 3,8 bilhões. O aumento da inadimplência no setor agrícola é o principal motivo, embora o governo de Luiz Inácio Lula da Silva atribua a responsabilidade ao Congresso Nacional.

Segundo a Folha de S.Paulo, membros do governo Lula consideram que o aumento da inadimplência se deve à expectativa criada no setor agrícola em relação à renegociação de suas dívidas.

Ocorrido após a aprovação pela Câmara dos Deputados de uma medida, denominada “pauta-bomba”, que possibilita o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para renegociar dívidas do setor.

A proposta, que começou direcionada a pequenos produtores, expandiu-se para grandes empresas rurais ao longo da tramitação no Congresso. A análise indica que o texto tornou-se uma retaliação ao governo por parte de parlamentares da oposição.

Apesar do desempenho financeiro negativo, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, mantém boa avaliação no Palácio do Planalto. Apoiadores de Lula descartam a possibilidade de sua substituição, alegando que o desempenho ruim do banco não a afeta.

A pressão sobre Tarciana Medeiros?

A própria Tarciana Medeiros tratou do assunto da pressão na coletiva de imprensa após a divulgação do balanço. Ela afirma que o Presidente Lula não demonstrou nenhuma intenção de fazer alterações na liderança do Banco do Brasil.

Conversamos sempre. Da mesma forma que informo o mercado sobre o resultado do banco, incluindo ao acionista controlador do Banco do Brasil, a pressão que sinto é de entrega de resultados, diariamente.

Alguns senadores estariam pressionando o Planalto por sua substituição, segundo o jornal. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, teria interesse no cargo para colocar um aliado. Contudo, o governo assegura que o desempenho financeiro do BB não deve acelerar essa “fritura” política.

A proposta em questão, conhecida como “pauta-bomba”, ainda necessita da aprovação do Senado Federal e tramita com pedido de urgência para votação.

O Banco do Brasil apresenta problemas com seus números.

O Banco do Brasil teve um crescimento notável nas reservas contra riscos de crédito, que subiram 50,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 94,7 bilhões em perdas esperadas.

A pressão sobre os indicadores decorreu, sobretudo, do agronegócio e do crédito corporativo, direcionada às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). No setor agrícola, os atrasos superiores a 90 dias alcançaram 3,49% do total, um aumento notável no período anterior.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês) apresentou um dos resultados mais negativos no período, atingindo 8,4%, uma redução de 13 pontos percentuais em relação à base anual e de 8,23 pontos percentuais na comparação trimestral.

Representa o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2000, com o ROE médio atingindo 3,8%, conforme dados da consultoria Elos Ayta. A rentabilidade apresentou-se significativamente abaixo do esperado pelo mercado, que contava com previsões de 11,5%.

Fonte por: Seu Dinheiro

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