Donald Trump assina lei de financiamento, impacto bilionário na economia EUA
Donald Trump assina lei de financiamento do governo americano até janeiro de 2026, gerando impacto de US$ 18 bilhões na economia. Shutdown causa atrasos em dados do BLS e inflação, afetando o Federal Reserve
Financiamento do Governo Norte-Americano e Impactos Econômicos
Já passava da meia-noite (de Brasília) quando Donald Trump assinou o projeto de lei que garantia o financiamento do governo norte-americano até o fim de janeiro de 2026. Acabava ali — mas a fatura do shutdown ainda precisa ser paga e é bilionária.
O evento gerou um impacto significativo na economia americana, com consequências que se estendem por diversos setores.
Impacto Econômico do Shutdown
De acordo com cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o impacto negativo do shutdown de 43 dias será revertido em partes, mas, mesmo assim, haverá uma perda de cerca de US$ 18 bilhões, ou mais de um ponto percentual, no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real norte-americano do quarto trimestre de 2025.
Atrasos na Divulgação de Dados Econômicos
O ponto cego dos EUA. O relatório mensal de empregos do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês) referente a outubro não foi divulgado, como normalmente deveria ter sido, durante a paralisação do governo. Além disso, a divulgação dos principais dados de inflação referentes a meados de outubro foi adiada.
Repercussões para o Federal Reserve
Em 12 de outubro, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que é provável que esses dados ainda não sejam divulgados mesmo após o fim da paralisação, pois, segundo ela, o shutdown impediu que os pesquisadores fossem a campo coletar dados brutos e urgentes.
Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não terá acesso a indicadores normalmente usados para definir os juros e orientar a política econômica nos EUA.
Análise de Thomas Feltmate
Ele lembra que os contratos futuros dos fed funds atribuem uma probabilidade de 65% a outro corte da taxa na reunião dos dias 9 e 10 de dezembro — praticamente inalterada em relação à semana passada —, “mas essa probabilidade pode mudar rapidamente após a divulgação dos dados econômicos dos EUA”.
Comentário de James Knightley
“Há uma chance muito real de recebermos poucos ou nenhum dado oficial do governo antes da reunião de 10 de dezembro. Teremos pesquisas empresariais de terceiros e números de emprego, juntamente com o Livro Bege do Fed, então os formuladores de política monetária não estarão completamente às cegas”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING.
A Questão da Inflação
“Mas o obstáculo para a ação foi levantado, com vários membros [do Fed] indicando que não estão convencidos da necessidade de mais afrouxamento monetário. A principal questão é a escassez de indicadores de inflação”, acrescenta.
Bifurcação Econômica e a Inteligência Artificial
Revolução ou bolha? A verdade sobre a febre da inteligência artificial. O que a paralisação do governo tem a ver com o boom da IA nos mercados? Alguns especialistas chamam atenção para o efeito da bifurcação entre os consumidores norte-americanos — um fenômeno exacerbado pelo shutdown.
Nele, os 20% mais ricos estão em excelente situação financeira e continuam gastando agressivamente, enquanto os 60% mais pobres estão enfrentando dificuldades devido à inflação, preocupações com o emprego e exposição limitada à valorização de ativos.
Análise de Knightley
“Estamos observando uma maior bifurcação na economia em geral entre os setores relacionados à tecnologia, em que o boom da IA [inteligência artificial] está impulsionando gastos e lucros, e os setores não tecnológicos, nos quais o investimento é muito mais fraco”, diz Knightley, do ING.
Avaliação em Contexto
A avaliação acontece em um momento no qual os gastos impulsionados pela inteligência artificial estão levando a negócios e avaliações recordes, e alimentando preocupações de que uma bolha está prestes a estourar.
Autor(a):
Redação
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