Eleições na Bolívia confrontam 20 anos de domínio político

A crise econômica, a cisão no Movimento ao Socialismo e a falta de Evo Morales redefinem a eleição boliviana de domingo como um confronto inédito e cruc…

17/08/2025 13:28

2 min de leitura

A Bolívia retorna às urnas neste domingo (17) em um pleito que pode remodelar o futuro político do país. Mais de 7,9 milhões de eleitores escolhem o novo presidente e renovam a Câmara e o Senado em meio a uma crise econômica que afeta o poder de compra da população.

A inflação subiu para 24,9% em julho, os combustíveis desapareceram dos postos e os supermercados exibem prateleiras vazias. As reservas internacionais também estão em forte declínio.

A insatisfação criou espaço para um conflito político que põe em risco o domínio de quase duas décadas da esquerda no governo.

A oposição de direita avança na Bolívia.

O presidente Luis Arce não buscará a reeleição após a divergência com o Movimento ao Socialismo (MAS). Já Evo Morales, ex-líder histórico do partido, foi impedido pela Justiça e propõe votos nulos como manifestação de protesto.

O resultado é um espaço progressista fragmentado entre duas candidaturas frágeis: o senador Andrônico Rodrigues, pela oposição, e o ex-ministro de Governo Eduardo del Castillo.

À direita, a situação se consolida.

O empresário Samuel Doria Medina, proprietário das franquias Burger King e Subway na Bolívia, aparece em algumas pesquisas. Já o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que governou o país entre 2001 e 2002, figura em empate técnico com Medina em outros levantamentos. Ambos asseguram estabilizar a economia e solucionar a escassez de dólares e combustíveis.

A eleição, contudo, não deve ser considerada decidida neste domingo. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa alcançar 50% dos votos válidos ou obter 40% com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

A disputa prossegue para o segundo turno, pois nenhum candidato obteve mais de 25% dos votos nas eleições.

Reformulação do Poder Legislativo

Além da presidência, a eleição também renova 130 cadeiras da Câmara dos Deputados e 36 do Senado.

A formação do Legislativo será determinante para a governabilidade, visto que o próximo presidente assumirá um país imerso em alta inflação, com reservas em declínio e descontentamento da população.

O período presidencial e legislativo na Bolívia tem duração de cinco anos, com a posse ocorrendo em 8 de novembro.

Com informações do Money Times.

Fonte por: Seu Dinheiro

Autor(a):