Eli Lilly apresenta retatrutida, injeção promissora no combate à obesidade e osteoartrite

Eli Lilly apresenta retatrutida, nova injeção que promete revolucionar tratamento da obesidade. Estudos mostram perda de mais de 23% do peso em 68 semanas

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(Imagem de reprodução da internet).

Novo Medicamento Promete Revolução no Tratamento da Obesidade

Uma nova injeção, chamada retatrutida, está gerando grande expectativa no combate à obesidade. Desenvolvida pela Eli Lilly, a mesma empresa por trás do Mounjaro, a retatrutida se destaca por seu potencial de ser o medicamento mais potente para emagrecimento já visto.

Estudos iniciais revelaram que pacientes que receberam a dose máxima perderam mais de 23% do peso corporal em 68 semanas. Além disso, a pesquisa indicou uma redução superior a 62% no desconforto causado pela osteoartrite, uma condição frequentemente associada ao excesso de peso.

Princípio de Ação e Diferenciais

A retatrutida se diferencia de medicamentos como Ozempic e Mounjaro por sua tripla ação hormonal. Enquanto o Ozempic e o Mounjaro atuam principalmente no hormônio GLP-1, a retatrutida age em três vias: GLP-1, GIP e glucagon. Essa combinação permite um efeito mais potente no apetite, metabolismo e gasto energético, conforme explica o endocrinologista Pedro Saddi.

Além disso, o medicamento ativa o receptor de glucagon, um mecanismo exclusivo da retatrutida, que pode aumentar o gasto energético e estimular a queima de gordura pelo fígado, com potencial para auxiliar em problemas como a doença hepática gordurosa (esteato-hepatite).

Riscos e Efeitos Colaterais

Apesar do potencial promissor, a retatrutida ainda está em fase de testes. Os efeitos colaterais observados até agora são semelhantes aos do Ozempic e Mounjaro: náuseas, vômitos e desconfortos intestinais. No entanto, devido à fase 2 e ao ensaio de fase 3 concluído, ainda é cedo para identificar potenciais efeitos colaterais raros. “É importante ressaltar que a pesquisa ainda está em andamento”, afirma Pedro Saddi.

Considerações Importantes

Especialistas alertam para o risco do uso exclusivo da retatrutida para fins estéticos. Em alguns casos, o tratamento pode ser perigoso, especialmente em pessoas com transtornos alimentares ou distúrbios de imagem corporal. A nutróloga Juliana Gomes enfatiza a importância de uma abordagem abrangente: “O grande perigo é a popularização sem critério.

Já estamos vendo medicamentos sumirem das prateleiras porque a oferta não acompanha a demanda”.

O Mercado das “Canetinhas”

O mercado global de medicamentos para obesidade pode atingir US$ 150 bilhões em 2035, impulsionado pela demanda crescente por injeções semanais. Apenas uma fração da população elegível está em tratamento atualmente, com estimativas de 11% nos EUA e 20% no restante do mundo.

A corrida entre empresas como Eli Lilly e Novo Nordisk demonstra o potencial de crescimento desse setor.

Abordagem Multidisciplinar para o Tratamento da Obesidade

O tratamento da obesidade deve ir além da medicação. Envolve atividade física, alimentação, sono, manejo do estresse e, muitas vezes, uma equipe multidisciplinar com nutricionista, psicólogo, endocrinologista e até psiquiatra. O cérebro precisa se adaptar ao novo peso, especialmente o hipotálamo, que regula o nosso ‘termostato’ corporal.

A longo prazo, o maior desafio é evitar o efeito sanfona.

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