Empresas da B3 antecipam proventos em 2025: estudo revela estratégias

Disfarce de um Humano: Antecipação de Proventos em 2025

A reputação de que o brasileiro é criativo se mantém, mas, na busca por maximizar os lucros, as empresas listadas na B3 precisaram ir além da inovação para lidar com as mudanças tributárias. No final de 2025, as companhias abertas buscaram diferentes estratégias para remunerar seus acionistas e mitigar o impacto da tributação.

Além dos dividendos extraordinários e do uso de reservas de lucros acumulados, surgiram mecanismos já conhecidos, como o aumento de capital com bonificações, reduções de capital, recompras de ações e o uso de dívida para pagamento de proventos.

Também foram implementadas estruturas mais sofisticadas, como as bonificações de ações preferenciais resgatáveis, onde a empresa entrega ações gratuitamente com o compromisso de recompra futura.

A grande questão era: qual estratégia teve maior adesão entre as empresas da bolsa? Um estudo exclusivo da MZ Group para o Seu Dinheiro revelou os formatos mais utilizados para antecipar os proventos. O levantamento considerou o período entre 1º de outubro e 19 de dezembro de 2025, e mostrou que 135 empresas registraram 192 documentos sobre dividendos e proventos na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), com 152 avisos aos acionistas e 40 fatos relevantes.

Em 137 desses documentos (71% do total), houve menção a dividendos intermediários, intercalares, complementares ou extraordinários.

O estudo demonstrou que a corrida pela antecipação de proventos se intensificou ao longo dos meses. Em outubro, foram 29 anúncios de distribuições ou remuneração por outros instrumentos. Em novembro, o número subiu para 54 e quase dobrou até 19 de dezembro, quando chegou a 109.

No total, 135 empresas buscaram essa estratégia.

Um dos principais motivos para essa pressa foi a incerteza jurídica. A Lei 15.270/2025, que já estava em vigor, permitia a aprovação de dividendos até 31 de dezembro de 2025, com pagamento até 2028, mantendo a isenção tributária. A tributação, antes, exigia uma alíquota de 10% sobre dividendos acima de R$ 50 mil mensais.

Diversos instrumentos foram utilizados. Dividendos, juros sobre capital próprio (JCP), dividendos de tipos intercalares e intermediários, recompras de ações, bonificações de ações com aumento de capital, reduções de capital e o uso de dívida foram algumas das estratégias.

Um formato inovador, a bonificação de ações preferenciais resgatáveis, chamou a atenção. A Axia foi a primeira empresa a adotar essa estratégia, criando uma nova classe de ações preferenciais transitórias (PNR) com resgate programado para 13 de janeiro de 2026, no valor de R$ 1,29 por ação.

A empresa também entregou aos acionistas outra classe de ações resgatáveis (PNC), conversíveis em ações ordinárias até 2031, com direito a voto, tag along e dividendos.

Analisando os dados, percebeu-se que a MZ Group identificou 16 empresas que utilizaram a bonificação de ações com aumento de capital, 53 empresas que adotaram a bonificação de ações resgatáveis, 53 empresas que utilizaram a redução de capital e 32 empresas que adotaram o pagamento de dividendos de tipo extraordinário ou adicional.

Além disso, 75 empresas aumentaram o capital por subscrição privada com emissão de novas ações, 53 empresas utilizaram a bonificação de ações resgatáveis e 53 empresas utilizaram a redução de capital.

Para garantir a segurança jurídica, as empresas buscaram antecipar as ações, com a MZ Group identificando 16 empresas que utilizaram a bonificação de ações com aumento de capital, 53 empresas que adotaram a bonificação de ações resgatáveis, 53 empresas que utilizaram a redução de capital e 32 empresas que adotaram o pagamento de dividendos de tipo extraordinário ou adicional.

Em resumo, a antecipação de proventos em 2025 foi um movimento complexo, impulsionado pela incerteza jurídica e pela busca por maximizar os lucros das empresas listadas na B3.