Estevão Scripilliti discute futuro da previdência privada e mercado financeiro

Planejamento da aposentadoria enfrenta desafios com mudanças tributárias e instabilidade econômica. Estêvão Scripilliti discute a previdência privada em “Touros e Ursos”. IOF impacta VGBL, reduzindo captações e gerando debates sobre o futuro da previdência pública

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(Imagem de reprodução da internet).

Planejamento da Aposentadoria: Navegando em Tempos de Mudanças

O planejamento da aposentadoria nunca foi tão crucial, mas recentes alterações tributárias e a instabilidade econômica têm impactado os investimentos em previdência privada. A questão central que os investidores buscam responder é se ainda vale a pena apostar na previdência complementar para garantir um futuro tranquilo.

Estêvão Scripilliti, diretor da Bradesco Vida e Previdência, abordou essas dúvidas em uma recente participação no podcast “Touros e Ursos”.

IOF no VGBL: Impacto e Adaptação da Indústria

Uma das principais mudanças que afetaram a indústria de previdência privada foi a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aportes mais elevados em planos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Desde maio, investimentos acima de R$ 300 mil aplicados de uma vez passaram a ter incidência de 5% do IOF.

Essa mudança, que aumentará para R$ 600 mil em 2026, gerou uma perda de 35% das captações mensais, reduzindo a captação líquida de R$ 40 bilhões a R$ 60 bilhões por ano.

Benefícios da Previdência Complementar

Apesar do impacto inicial, Scripilliti enfatiza que os benefícios da previdência privada continuam atrativos. Ele estima que, ao empilhar todos os benefícios, é possível gerar um ganho de 15% a 20% na riqueza total acumulada. Isso inclui a possibilidade de planejar a renda mensal futura, com o apoio de assessores e gestores de investimentos.

Previdência Pública em Xeque

O diretor destaca que a previdência pública enfrenta desafios significativos devido à mudança demográfica (aumento do envelhecimento e menor natalidade) e novos modelos de trabalho que não contribuem para o INSS. Ele prevê que, no futuro, o valor pago aos brasileiros estará limitado a uma renda básica mínima, sem a possibilidade de valores maiores, como o teto atual de R$ 7.500.

Scripilliti menciona que o Brasil realiza reformas da Previdência a cada três ou quatro anos, com sete já realizadas até o momento.

Previdência Privada como Opção Autônoma

Nesse cenário, a previdência privada surge como uma opção autônoma para o cidadão, permitindo que ele poupe para a aposentadoria sem depender exclusivamente do benefício do governo. Scripilliti ressalta a importância de planejar a própria renda mensal no futuro, com o apoio de profissionais especializados.

Touros e Ursos da Semana

No final do podcast, os convidados escolheram os “Touros e Ursos da Semana”. Scripilliti identificou a volatilidade como um “Urso” – um fator negativo – devido às turbulências eleitorais e geopolíticas globais. A volatilidade aumenta o nível de risco das carteiras e requer atenção redobrada.

Um “Urso” foi a compra da Warner Bros pela Netflix, que gerou debates sobre o endividamento da plataforma e o futuro do setor de entretenimento. Um “Touro” foi a performance da IRB (IRBR3), impulsionada por uma recomendação do JP Morgan, que prevê dividendos em 2026.

Outro destaque positivo foi a expectativa de um corte de juros nos EUA e a possível sinalização do Banco Central brasileiro sobre o início da redução da taxa Selic.

Conclusão: Adaptando o Plano para o Futuro

Diante das mudanças no cenário econômico e tributário, o planejamento da aposentadoria exige adaptação e flexibilidade. A previdência privada, com seus benefícios e potencial de crescimento, continua sendo uma ferramenta importante para garantir um futuro financeiro tranquilo. É fundamental buscar orientação profissional e ajustar o plano de acordo com as necessidades e objetivos individuais.

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