Disputa por Terras Raras: EUA e China em Confronto Global
As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China atingem novos patamares, impulsionadas pela disputa pelo controle das terras raras. Essa competição, marcada por tarifas, negociações e trocas de acusações, está no centro das relações econômicas entre as duas maiores potências do mundo, com implicações significativas para a economia global.
A Corrida por Terras Raras
O presidente Donald Trump tem intensificado seus esforços para romper o domínio chinês sobre esses minerais estratégicos, essenciais para a fabricação de tecnologias avançadas, desde smartphones e painéis solares até carros elétricos e equipamentos militares. A busca por autonomia e segurança nacional tem levado os EUA a adotar medidas ousadas, como a aquisição de participações em mineradoras canadenses, como Lithium Americas e Trilogy Metals.
Estratégias e Contra-Jogadas
Para desafiar o controle chinês, o governo dos EUA planeja criar uma reserva estratégica e estabelecer um piso de preço para as terras raras. Além disso, está acelerando o processo de licenciamento e flexibilizando regras ambientais para impulsionar projetos de mineração e processamento doméstico, adotando a política apelidada de “mine, baby, mine”.
China Reforça o Cerco
Pequim, por sua vez, tem intensificado suas medidas de controle, incluindo a inclusão de novos elementos na lista de exportação, como hólmio, érbio, túlio, európio e itérbio. O Ministério do Comércio da China acusou os EUA de alimentar o pânico em relação ao controle chinês sobre terras raras, mas continua a monitorar de perto as atividades dos EUA.
Brasil Busca seu Lugar no Jogo
Enquanto a disputa se intensifica, o Brasil busca garantir seu espaço no mercado de terras raras, que possui a segunda maior reserva do planeta. O governo lançou oficialmente o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) para planejar políticas de exploração mineral, incluindo os minerais críticos e terras-raras.
Desafios e Oportunidades
Apesar do potencial, o Brasil enfrenta dificuldades para aproveitar plenamente esse recurso, com a maior parte da exportação em estado bruto. O CNPM, composto por representantes de 18 ministérios, terá a função de definir a direção das políticas públicas no setor mineral, buscando garantir o desenvolvimento sustentável e a agregação de valor a esse recurso estratégico.