Ford revisa estratégia de veículos elétricos após prejuízo de US$ 19,5B

A Ford anunciou um reajuste significativo em sua estratégia de veículos elétricos, motivado por uma perda contábil de US$ 19,5 bilhões. Essa é uma das maiores desvalorizações registradas por uma montadora global no mercado de veículos elétricos (EVs).

A medida ocorre em resposta a uma demanda inferior ao esperado por carros elétricos, juntamente com mudanças nas políticas governamentais e regulamentações ambientais.

Detalhes da Desvalorização

A maior parte do impacto financeiro, cerca de US$ 8,5 bilhões, está relacionada ao cancelamento de modelos elétricos que haviam sido previamente planejados. Adicionalmente, US$ 6 bilhões decorrem da dissolução de uma joint venture com a SK On, uma empresa sul-coreana especializada em baterias.

Outros US$ 5 bilhões representam custos adicionais associados a programas de desenvolvimento e iniciativas existentes.

Impacto Financeiro e Perspectivas

O impacto total estimado na caixa da Ford é de US$ 5,5 bilhões, com a maior parte desse valor concentrada entre 2026 e 2027. Analistas consideram essa ação como um ajuste estratégico, e não um recuo na eletrificação. A Ford está otimizando suas operações, concentrando recursos em segmentos com maior potencial de retorno, como picapes, veículos híbridos e elétricos de longo alcance (EREVs).

Novas Direções e Investimentos

A Ford está reforçando o foco em híbridos e veículos a combustão, encerrando a produção do F-150 Lightning. Em seu lugar, a empresa está desenvolvendo uma nova geração do F-150 Lightning EREV. A produção dessas picapes “Built Ford Tough” será realizada no complexo BlueOval, em Tennessee.

Vans a gasolina e híbridas serão fabricadas em Ohio. A montadora almeja que 50% de seus volumes globais sejam provenientes de híbridos, EREVs e EVs puros até 2030, um aumento em relação aos atuais 17%.

Novos Negócios e Investimentos Futuros

A Ford também está entrando no mercado de armazenamento de energia, com investimentos de US$ 2 bilhões para adaptar fábricas em Kentucky e Michigan. A expectativa é que as entregas com uma capacidade de 20 GWh comecem em 2027, podendo gerar até US$ 5 bilhões em receita.

A empresa prevê lucratividade no negócio de elétricos até 2029.