Galípolo declara que o mercado observa menor dependência dos EUA como proteção contra o protecionismo de Trump
Aquele chefe da autarquia considera que essa situação evitará que o país sofra tanto com tarifas no âmbito comercial.

A menor dependência comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos é, no momento, considerada pelo mercado como uma proteção, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, na segunda-feira (11).
Ele declarou que essa situação evitará que o país se prejudique significativamente no âmbito comercial durante o processo de tarifação.
Em termos acumulados até julho, somente 11,98% das exportações brasileiras foram direcionadas aos Estados Unidos, ficando atrás da China, Hong Kong e Macau (29,51%) e da União Europeia (14,41%).
O presidente do BC recordou que, após as tarifas aplicadas ao México, a dependência do mercado consumidor norte-americano gerou impactos consideráveis, contudo o Brasil não adotou essa via.
As tarifas podem gerar impactos significativos em diversos setores da economia.
O Banco Central, em janeiro, revisou seu balanço de riscos, considerando o caráter “baixista” das taxas, o que poderia fragilizar as relações comerciais e diminuir a velocidade da economia.
Os economistas participantes do Questionário Prévio ao Copom (QPC) apontaram três principais percepções acerca dos impactos das tarifas americanas no Brasil.
As duas primeiras teriam efeito temporário: a primeira prevê aumento da oferta no mercado interno, o que tenderia a diminuir preços; a segunda aponta para um possível agravamento das relações com os EUA, levando à desvalorização do real frente ao dólar e pressionando a inflação.
As tercas análises sugerem que as tarifas podem impactar de maneira mais persistente a atividade econômica, ao restringir a readequação das exportações para novos mercados e provocar a perda de postos de trabalho. Galípolo, contudo, destaca que essa perspectiva ainda não foi considerada nas projeções dos economistas.
Impactos sobre a inflação
Galípolo destacou que a política tarifária de Trump é um dos fatores cruciais que o Banco Central monitora de perto para compreender como a inflação é afetada.
Essa situação complexa – que abrange tanto as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros quanto a preocupação com o aumento de tarifas internas, como as de energia – exerce pressão direta sobre as projeções inflacionárias.
O diretor da autarquia declarou que as previsões de inflação exibem “caudas mais grossas”, apontando para uma maior incerteza e riscos de impactos maiores do que o previsto, caso esses riscos, incluindo a questão tarifária, se concretizem.
A instituição interrompeu o ciclo de aumento das taxas de juros, conforme Galípolo, e está acompanhando a economia para confirmar se o nível da taxa de juros é “restringido o suficiente” para assegurar a convergência da inflação.
Ainda salientou que, apesar da continuidade dos investimentos nos Estados Unidos, os investidores passaram a procurar alternativas mais seguras, considerando a desvalorização do dólar, uma vez que dificilmente identificam outros mercados com o mesmo nível de liquidez e volume de ativos.
Com informações do Money Times
Fonte por: Seu Dinheiro