Gilmar e “Evidências”: relembre desentendimentos polêmicos do ministro Barroso
Ministro protagoniza desentendimento com decano da Corte em sessão no plenário e grava vídeo cantando “Evidências” com estudantes em Londres.
Ministro Luís Roberto Barroso Antecipa Aposentadoria do STF
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), de 67 anos, anunciou nesta quinta-feira (9.out.2025) que irá antecipar sua aposentadoria na Corte. Ao longo de 12 anos, Barroso protagonizou momentos marcantes e falas que repercutiram dentro e fora do tribunal – desde discussões acaloradas com colegas a declarações em eventos públicos.
Abaixo, o Poder360 relembra alguns episódios que o colocaram no centro do debate jurídico e político.
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Barroso e Gilmar Trocam Ofensas no Plenário do STF
Em março de 2018, Barroso se desentendeu com Gilmar durante sessão no plenário da Corte. “Vossa Excelência é uma pessoa horrível. É uma desonra para esse Tribunal com seu temperamento agressivo, grosseiro e rude”, disse Barroso a Gilmar após críticas do Decano sobre decisões do STF, principalmente em relação à proibição de doação de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais.
“Perdeu, mané, não amola”, diz Barroso a manifestante nos EUA
Em novembro de 2020, o ministro reagiu a um questionamento de um manifestante em Nova York, nos Estados Unidos, sobre o código-fonte das urnas eletrônicas. Enquanto caminhava, um homem pergunta se o magistrado “vai responder às Forças Armadas” e se “vai deixar o código-fonte ser exposto”, numa referência às urnas eletrônicas. “O Brasil precisa dessa resposta, ministro”, completa o manifestante.
“Perdeu, mané, não amola!”
Nós Derrotamos o Bolsonarismo
Em julho de 2023, Barroso disse que o Brasil derrotou o bolsonarismo durante sua participação no 59° Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), realizado em Brasília (DF). Em sua fala, o magistrado também fez críticas à ditadura.
“Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos”. Nós percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem”, falou.
Senado Quer Mudar STF, mas País Tem Outras Prioridades
Em dezembro de 2023, o ministro disse que o Senado Federal age como se a Suprema Corte “fosse o grande problema”, mas que o país tem “outras prioridades”.
“No mesmo ano que o Supremo foi invadido e depredado por golpistas antidemocráticos, o Senado quer mudar o Supremo, como se o problema estivesse aqui, quando, na verdade, o país tem muitas outras prioridades”, afirmou Barroso. “Nós temos problemas de organizações criminosas contaminando o país e a política, o problema do sistema tributário que é altamente concentrador de renda, o problema de deficiência de saneamento básico. E, portanto, você coloca o […] pedido de vista do Supremo como se fosse o grande problema. Quando, aliás, nós já encontramos soluções para esses problemas”.
Eis Como Funciona a Análise no Senado
Sabatina na CCJ – o indicado passa por uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça. Os senadores fazem perguntas sobre trajetória, posicionamentos e entendimentos jurídicos;
Votação na CCJ – a comissão vota a indicação em caráter secreto. Se houver maioria simples favorável (metade mais um dos presentes), o nome segue para o plenário;
Plenário do Senado – a decisão final é tomada pelos 81 senadores. Também em votação secreta, o indicado precisa obter maioria absoluta, ou seja, pelo menos 41 votos favoráveis;
Indicação ao Supremo
O presidente da República não tem prazo definido em lei para indicar um novo ministro ao Supremo Tribunal Federal depois que uma vaga é aberta. A escolha pode ser feita a qualquer momento, mas, até lá, a Corte funciona com 10 integrantes. A indicação precisa passar por sabatina e aprovação do Senado antes da nomeação oficial e da posse.
Aposentadoria do STF
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira que irá antecipar sua aposentadoria da Corte. Sob o aplauso de colegas do STF, disse que chegou a hora de “seguir outros rumos”.
“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo”, declarou o ministro, que está na Corte há 12 anos, desde sua posse em 26 de junho de 2013, por indicação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A saída antecipada já vinha sendo considerada, como mostrou o Poder360. As especulações aumentaram depois que Barroso deixou a presidência do STF, dando lugar a Edson Fachin, em 29 de setembro. Na sua última sessão plenária como presidente, citou o “custo pessoal” causado pela função. Ele e 7 colegas foram alvos de sanções impostas pelos Estados Unidos, incluindo a revogação do visto norte-americano.
“Como todos nós sabemos, os sacrifícios e os ônus da nossa função acabam se transferindo aos nossos familiares e a pessoas queridas que sequer têm qualquer responsabilidade pela nossa atuação. Gostaria de me despedir com uma breve reflexão sobre a vida, sobre o Brasil e sobre o Supremo Tribunal Federal”, disse.