Gol e Azul adiam fusão após acordo de codeshare no Brasil
Gol e Azul interrompem tratativas de fusão após negociações infrutíferas.

Fusão entre Gol e Azul é Desfeita Após Longas Negociações
As companhias aéreas Gol (GOLL54) e Azul (AZUL4) anunciaram formalmente o fim das discussões que visavam uma possível fusão. A decisão foi comunicada em nota oficial divulgada na noite de quinta-feira (25). Além disso, as empresas confirmaram a rescisão do acordo de codeshare, que havia sido estabelecido em maio de 2024 com o objetivo de integrar suas redes de voos no território nacional.
O processo de avaliação da união das duas empresas começou em janeiro, com a Abra, controladora da Gol, e a Azul assinando um memorando de entendimentos. A intenção era consolidar a posição da América Latina, buscando criar a maior companhia aérea do país.
Segundo a Abra, as conversas não avançaram devido ao foco da Azul em seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). A holding informou que não houve discussões significativas ou progresso em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses.
Impacto no Mercado Aéreo Brasileiro
Apesar do encerramento da parceria, ambas as companhias asseguraram que todos os bilhetes emitidos até a data mantêm sua validade. A decisão representa um revés para a consolidação do setor aéreo brasileiro.
Dados da Anac, referentes a agosto, indicam que a Latam ainda lidera o mercado com 41,1% da participação, seguida pela Gol (30,1%) e pela Azul (28,4%). A união das empresas teria potencializado a força da Azul, que recentemente obteve lucro líquido de R$ 1,29 bilhão, revertendo prejuízos acumulados.
Intervenção do Cade e Perspectivas Futuras
Em setembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia alertado sobre os riscos de anúncios prematuros de fusões e exigiu a formalização do codeshare. A expectativa era que uma eventual operação conjunta só pudesse começar em 2026, após análise regulatória rigorosa.
A decisão final de interromper as negociações demonstra a complexidade das operações e a necessidade de aprovação regulatória para grandes operações no setor aéreo brasileiro.