Gol enfrenta acusações de greenwashing: Idec busca R$ 5 milhões por emissões

Gol enfrenta denúncia do Idec por greenwashing em programa “Meu Voo Compensa”. Ação busca R$ 5 milhões por alegações de fraude ambiental e tokens sem validade.

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(Imagem de reprodução da internet).

Gol e Programa de Compensação de Emissões: Desempenho e Controvérsias

O programa “Meu Voo Compensa” da Gol, lançado em 2021, visava permitir que os viajantes compensassem as emissões de carbono de seus voos por meio de uma contribuição voluntária de aproximadamente 1% do preço da passagem. No entanto, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) entrou com uma ação civil pública no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, alegando que a empresa estava praticando greenwashing.

A ação busca uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos.

O Idec argumenta que o programa, em vez de compensar emissões reais, apenas negociava tokens digitais, sem comprovação de que essas emissões estavam sendo efetivamente reduzidas. Essa prática é considerada ilegal, pois contraria a proibição da Verra, maior certificadora de créditos de carbono do mundo, que já havia vetado a criação de tokens baseados em créditos desativados.

A empresa Verra, que certifica projetos de redução de emissões, considera que esses tokens não possuem validade ambiental comprovada.

A ação do Idec destaca que os consumidores acreditavam estar contribuindo para a redução do impacto ambiental de seus voos, mas, na realidade, estavam comprando ativos digitais sem validade ambiental comprovada. A empresa Moss, responsável pela comercialização dos créditos de carbono, também foi alvo de investigações da Polícia Federal, em operação denominada “Greenwashing”, que revelou ligações entre os líderes de projetos supostamente “verdes” e esquemas de grilagem de terras e extração ilegal de madeira.

A Gol, por sua vez, em nota, afirma que segue as regras de desenvolvimento sustentável e que retirou o programa “Meu Voo Compensa” após ser interpelada judicialmente pelo Idec. A empresa ressalta sua preocupação com a integridade e transparência nas relações com clientes e parceiros.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela regulação, supervisão e fiscalização de ativos ligados a créditos de carbono no mercado de capitais, ainda não se manifestou sobre o caso.

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