Governo Lula busca R$ 20 bilhões para resgatar Correios em crise

Correios registram prejuízos crescentes desde 2022, com resultado negativo agravado a cada semestre.

15/10/2025 11:11

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Governo Lula busca R$ 20 bilhões para resgatar Correios em crise
(Imagem de reprodução da internet).

Correios Buscam Ajuda Financeira para Combater Prejuízos

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira, acumulando prejuízos significativos. Após registrar um déficit de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre, o governo brasileiro busca soluções para reerguer a estatal. A equipe do presidente Lula está em negociações para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões, com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outras instituições privadas.

A operação requer garantias da União e está vinculada à implementação de medidas de reestruturação da gestão, visando recuperar as perdas dos últimos anos e os primeiros trimestres de 2024. O prejuízo entre abril e junho atingiu R$ 2,6 bilhões.

Os recursos do empréstimo serão destinados a ações como um programa de demissões voluntárias, o pagamento de dívidas com fornecedores e investimentos que visem aumentar a eficiência da empresa.

Mudanças na Gestão e Dificuldades Financeiras

Em setembro, Emmanoel Schmidt Rondon assumiu a presidência da estatal, substituindo Fabiano da Silva. A gestão anterior havia expressado críticas às políticas do Ministério da Fazenda, incluindo a chamada “taxa das blusinhas”, que restringiu a importação de produtos de baixo valor sem o pagamento de impostos.

A situação financeira delicada dos Correios gerou pressões de fornecedores, que recorreram à Justiça para cobrar pagamentos em atraso. A crise da estatal também afetou fundos imobiliários, como o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11), que entrou com ações judiciais para garantir o cumprimento de obrigações contratuais relacionadas à locação de um imóvel em Minas Gerais.

Além disso, a estatal possui compromissos financeiros com bancos privados, como o BTG Pactual, um dos possíveis credores nesse novo apoio articulado pelo Palácio do Planalto.

Prejuízos em Aumento

Desde 2022, os Correios têm apresentado prejuízos, com a magnitude do déficit aumentando progressivamente. Em 2022, a empresa registrou um prejuízo de R$ 767 milhões. Em 2023, houve uma pequena melhora, com um prejuízo de R$ 596 milhões. No entanto, em 2024, o rombo atingiu R$ 2,59 bilhões.

No primeiro semestre de 2025, a empresa triplicou o prejuízo em relação ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 222% em comparação com o déficit de R$ 1,35 bilhão registrado em 2024. O segundo trimestre de 2025 apresentou um prejuízo de R$ 2,64 bilhões, um aumento de quase cinco vezes em relação ao déficit de R$ 553 milhões do mesmo período de 2024.

A empresa atribui os problemas a “restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos”, mencionando a retração do segmento internacional devido a mudanças regulatórias nas importações e o aumento da concorrência, que impactaram negativamente as receitas. A “taxa das blusinhas”, implementada pelo governo Lula, também é citada indiretamente.

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reconheceu os desafios financeiros da estatal e defendeu a combinação de cortes de custos com o aumento das receitas como solução. Ela destacou que os Correios perderam o monopólio de entregas no país, mas ainda devem garantir o serviço em todo o território nacional, incluindo áreas remotas.

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