Governo muda regras da poupança para impulsionar crédito imobiliário
Ministério de Cidades anuncia que o valor da poupança do Banco Central será usado para financiar a compra de imóveis.

Novo Crédito para Classe Média em Lançamento
O governo federal apresentará na próxima sexta-feira (10) uma nova política habitacional com foco na ampliação do crédito destinado à classe média. A informação foi divulgada por Jader Filho, líder do Ministério das Cidades, nesta terça-feira (7).
Mudança nos Depósitos Compulsórios
A principal medida do projeto envolve uma alteração na regra dos depósitos compulsórios da poupança. Uma parte do valor depositado, atualmente retida pelo Banco Central (BC), será liberada para financiar moradias. Essa mudança visa aumentar a disponibilidade de recursos para o setor imobiliário.
Como Funciona a Nova Regra
Atualmente, o Banco Central exige que os bancos mantenham 20% dos depósitos de poupança recolhidos como compulsórios. Isso limita o volume de crédito disponível. Por exemplo, se uma pessoa deposita R$ 1.000 na poupança, R$ 200 ficam retidos pelo BC, permitindo que o banco utilize os R$ 800 restantes para conceder crédito.
Objetivos da Nova Política
A nova proposta busca reduzir a quantia de dinheiro retida pelo BC, direcionando 80% do montante para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e os 20% restantes para o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). O governo busca reverter a queda na oferta de crédito imobiliário, intensificada pela saída de recursos da poupança e pelas altas taxas de juros.
Contexto e Argumentação
Segundo Jader Filho, ministro de Cidades, famílias de classe média enfrentam juros entre 19% e 22% ao ano, tornando o financiamento inviável. A discussão sobre a nova política tem ocorrido desde o final de 2023, em conjunto com o Banco Central, devido à preocupação das instituições com a falta de recursos para o setor imobiliário. O ministro argumenta que, sem essa mudança, parte da população ficará privada da possibilidade de adquirir sua casa.
Projeções e Impactos
O governo estima que a nova política aumente o crédito habitacional em, no mínimo, R$ 150 bilhões até o ano que vem. A medida também pode estimular a construção civil e gerar novos empregos. Jader Filho alertou que, sem o projeto, o Brasil pode enfrentar retração no setor imobiliário e impacto negativo sobre o Produto Interno Bruto (PIB).