Greve nos Correios: Sindicatos acionam paralisação em todo o Brasil por direitos
Greve nos Correios: sindicatos acionam paralisação em nove estados após meses de impasse. Reivindicações incluem reajuste salarial e benefícios
Em 16 de maio, às 22h, quando a maioria do país já havia finalizado suas atividades, um alerta foi acionado em uma empresa estatal de grande importância no Brasil: os Correios. Trabalhadores iniciaram uma greve sem prazo definido, após meses de negociações infrutíferas, sucessivas prorrogações de acordos e uma crise financeira que se tornou um problema com implicações políticas, trabalhistas e sociais.
Adesão Inicial e Impacto Geográfico
A paralisação foi aprovada em assembleias locais e começou na noite de terça-feira. Inicialmente, pelo menos 12 sindicatos, em nove estados, aderiram ao movimento. Outras 24 entidades estavam em estado de greve, com previsão de início de paralisação a partir de 23 de maio.
O movimento afetava estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba.
Posição dos Correios
A empresa estatal declarou que todas as agências permaneceriam abertas e que a adesão à greve era parcial e localizada. Segundo os Correios, medidas contingenciais seriam adotadas para garantir a continuidade dos serviços considerados essenciais. A empresa informou que estava empenhada em construir um consenso com as representações dos trabalhadores, sob a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Motivação da Greve
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Emerson Marinho, secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), explicou que a greve era resultado da postura da administração da estatal nas negociações.
Ele afirmou que o processo havia desgastado os trabalhadores, embora o indicativo inicial fosse a paralisação em 23 de maio, algumas entidades optaram por antecipar a greve para sinalizar o descontentamento com o governo.
Negociações e Pauta Reivindicativa
As negociações entre sindicatos e a direção dos Correios estavam travadas desde julho, com o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) sendo o principal ponto de impasse. O contrato anterior, firmado na gestão passada, venceu em julho e vinha sendo prorrogado sem a definição de um novo texto.
A pauta reivindicativa incluía reajuste salarial, reposição da inflação e a manutenção de benefícios históricos. Segundo os sindicatos, as reivindicações buscavam recompor perdas acumuladas e preservar direitos conquistados ao longo de décadas.
Situação Financeira da Empresa
A direção dos Correios sustentava que não havia margem financeira para atender às demandas. A situação da estatal era considerada delicada, com um acúmulo de prejuízo de R$ 6,1 bilhões até setembro de 2025.
Autor(a):
Redação
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