Grupo Bittencourt revela: cultura, dados e crescimento sustentável são chave no franchising brasileiro

Grupo Bittencourt lança pesquisa inovadora que aponta crescimento sustentável, dados e cultura como diferenciais competitivos no franchising brasileiro.

08/10/2025 13:39

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Franquias Brasileiras Demonstram Resiliência e Novos Desafios em 2025

Em meio a um cenário econômico desafiador, o setor de franquias no Brasil continua a apresentar um crescimento notável. A nova edição da pesquisa “O Código do Crescimento no Franchising”, apresentada durante o BConnected em São Paulo, revelou que o faturamento do setor aumentou 13,5% em 2025. A pesquisa, que analisou 135 redes de franquias, destaca uma mudança de foco, com as empresas priorizando a consistência operacional, a inteligência estratégica e o engajamento de franqueados e consumidores, em vez de apenas o volume de novas unidades.

Novos Diferenciais para o Setor

A pesquisa identifica que os próximos diferenciais para o sucesso no franchising residem em áreas mais complexas, como cultura, liderança, digitalização e práticas ESG (Ambiental, Social e Governança). Caroline Bittencourt, sócia-diretora do Grupo Bittencourt, enfatiza que redes que conseguirem transformar a expansão em impacto e escala em eficiência, e o propósito em valor real, serão as líderes do setor.

Sustentabilidade e Equilíbrio

Os dados mostram que 53% das redes optam por um crescimento mais conservador, enquanto apenas 22% seguem uma estratégia agressiva. Para as lideranças, é crucial equilibrar a expansão com a sustentabilidade, fortalecer a cultura da marca e manter a proposta de valor, mesmo em ritmo de crescimento. A atração de franqueados qualificados também é um desafio, com 73% das redes enfrentando dificuldades para encontrar perfis ideais.

O Novo Código da Atratividade

Para atrair franqueados, as redes buscam um modelo de negócio validado e replicável, um retorno rápido sobre o investimento (payback curto), suporte contínuo e consultivo, um plano de negócios com metas e indicadores, e preços competitivos. A seleção criterosa dos franqueados é baseada no desempenho financeiro da operação atual e no alinhamento com a cultura da marca. Além disso, muitas franqueadoras impõem restrições a multifranqueados para preservar o know-how e proteger o DNA da rede.

Suporte, Dados e Excelência Operacional

O suporte ao franqueado é um diferencial importante, mas precisa evoluir. Embora 93% das redes tenham consultores de campo, o acompanhamento individual é limitado, com um custo médio de R$ 6.700 por franqueado. A média de quatro capacitações por ano, com 61% de adesão, também indica a necessidade de uma plataforma de desenvolvimento contínuo, combinando capacitação, IA, indicadores e personalização.

O uso de dados é outro ponto crucial. Redes maduras já operam com dashboards de BI, inteligência artificial e indicadores de performance em tempo real. No entanto, métricas humanas e de longo prazo, como fidelização, engajamento comunitário, ESG e satisfação dos colaboradores, ainda são pouco monitoradas.

Transformação Digital e o Ponto de Fricção Omnicanal

O franchising brasileiro vive um momento de transição digital, mas com desafios. Apesar de 77% das redes operarem em modelo omnichannel, 38% ainda enfrentam dificuldades na integração. O principal ponto de atrito é a remuneração dos franqueados pelas vendas digitais, com apenas 31% das redes comissionando essas vendas.

A falta de alinhamento de incentivos entre franqueados e franqueadora pode transformar o omnichannel em fonte de conflito. Além disso, as taxas de comissão variam de 1% a mais de 20%, evidenciando a ausência de um padrão de governança consolidado.

IA: Da Automação à Estratégia

A inteligência artificial já é utilizada por 64% das redes, principalmente em atendimento ao cliente, marketing e análise de dados. No entanto, o maior salto competitivo virá das redes que aplicarem IA em áreas estratégicas, como suporte ao franqueado, expansão, previsão de demanda e governança.

Poucas redes utilizam IA para qualificar candidatos ou antecipar gargalos operacionais.

ESG Além do Marketing: O Novo Divisor de Água

Três em cada quatro redes já adotam práticas ESG, mas a maioria das iniciativas ainda está concentrada em ações de curto prazo e pouco integradas à estratégia. Reciclagem e ações comunitárias são comuns, enquanto o monitoramento de indicadores ESG e a publicação de relatórios de sustentabilidade ainda são raros. O próximo salto de maturidade depende de transformar ESG em pilar estratégico, com metas claras, transparência e valor compartilhado com franqueados, consumidores e investidores.

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