Gucci, Chloé e Loewe multadas em quase R$ 1 bilhão por cartel de preços
Empresas de luxo multadas após investigação por fixação de preços; autoridades dizem que empresas colaboram com órgão regulador.

Multas para Marcas de Luxo por Fixação de Preços de Revenda
Gucci, Chloé e Loewe foram multadas pelo órgão de fiscalização antitruste da União Europeia devido à prática de fixarem preços de revenda para seus parceiros varejistas. A notícia foi divulgada nesta terça-feira (14) através de um comunicado da Comissão Europeia.
O documento revelou que as três empresas de moda interferiram nas estratégias comerciais de seus varejistas, impondo restrições como a exigência de que não se desviassem dos preços de varejo recomendados, taxas máximas de desconto e períodos específicos para vendas. O valor total das multas pode chegar a 157 milhões de euros (aproximadamente R$ 995,4 milhões).
A maior parte do montante foi destinada à Gucci, com uma multa de 119,7 milhões de euros. A Chloé recebeu uma multa de 19,7 milhões de euros, enquanto a Loewe, do grupo LVMH, foi multada em 28 milhões de euros.
A investigação já estava em andamento desde 2023, e as empresas estavam cientes das acusações. A Richemont, proprietária da Chloé, intensificou suas medidas para garantir adesão às regulamentações da concorrência. Já a Loewe se comprometeu a operar “em estrita conformidade com as leis antitruste”.
A Kering, proprietária da Gucci, afirmou que agiu em cooperação com a operação e que o impacto da multa está previsto nos resultados do primeiro semestre de >
2025. “O risco foi totalmente provisionado nas demonstrações financeiras do primeiro semestre de 2025 e a exposição está totalmente coberta”, declarou a Kering. “A investigação da comissão é concluída seguindo um procedimento de cooperação, permitindo uma resolução mais rápida do caso.”
Contexto da Crise no Luxo: A Gucci enfrenta quedas sucessivas na receita desde 2023, acompanhadas de mudanças na administração e direção criativa. Em julho, o grupo Kering divulgou um balanço com diminuição de 15% nas vendas, reforçando um cenário de queda de demanda. As vendas da marca de luxo, que representam quase metade da receita total da empresa, caíram 25% no período.
Mudanças na Gestão e Criação: Em março, Demna Gvasalia assumiu a direção criativa da marca italiana, sucedendo Sabato De Sarno. Essas mudanças ocorrem em um cenário de crise para a indústria de luxo, com desafios como a desaceleração do consumo na China e tensões geopolíticas, conforme apontam relatórios da Bain & Company e do Business of Fashion (BoF) em parceria com a consultoria McKinsey & Company.