Gustavo Franco: "Brasileiros acordam devendo R$ 30 mil com dívida"

Ex-Presidente do Banco Central Alerta para a Dívida Pública Brasileira

Gustavo Franco, um dos idealizadores do Plano Real e ex-presidente do Banco Central, expressou sua preocupação com a situação fiscal do Brasil. Segundo ele, a dívida pública é o principal desafio do país, especialmente considerando que ela é a base para a manutenção de juros elevados, atualmente em 15% ao ano.

Conscientização sobre a Dívida Pública

Em um painel no 8º Encontro Nacional da Anfidc, Franco destacou a dificuldade de comunicar a população sobre o tamanho da dívida pública. Ele desafiou a plateia, perguntando se todos conhecem o valor exato da dívida em moeda corrente, e não em percentual do Produto Interno Bruto.

O ex-presidente revelou que o montante da dívida pública é de R$ 8,2 trilhões. Com uma população de 250 milhões de brasileiros, isso significa que cada indivíduo acorda com uma dívida de aproximadamente R$ 30 mil.

Críticas à Postura do Governo

Franco criticou a postura do governo em relação à dívida pública, argumentando que a arrecadação é feita sem uma contrapartida de controle de gastos. Ele enfatizou que o maior endividamento do país está localizado em Brasília, no Governo Federal.

Juros em 15% ao ano são um reflexo direto da dívida pública, segundo o economista.

Análise da Taxa Selic

Franco argumentou que a questão central não é se a taxa Selic está certa ou errada, mas se ela atende ao requisito de rolagem da dívida pública. Ele acredita que a taxa atual é uma resposta ao nível de endividamento.

O economista expressou ceticismo em relação à previsão de queda dos juros em 2026, considerando a possibilidade de aumento dos gastos públicos devido ao ano eleitoral e a economia em pleno emprego, o que poderia levar ao aumento da inflação.

Essa situação colocaria o Banco Central em uma situação delicada, com a necessidade de rolar a dívida e a restrição fiscal.