Hapvida (HAPV3) avança após pressão e revisões negativas de bancos

Ações da Hapvida (HAPV3) sobem após ganhos significativos, buscando recuperar perdas. Lucro líquido de R$ 338 milhões e alta de 4,50% a R$ 18,59. Analistas do Safra e outros bancos revisaram as estimativas, impactando negativamente o cenário

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

As ações da Hapvida (HAPV3) apresentaram ganhos significativos nesta segunda-feira (17), buscando recuperar perdas registradas na semana anterior. Por volta das 15h30 (horário de Brasília), o valor da ação HAPV3 indicava uma alta de 4,50%, situando-se em R$ 18,59.

Essa movimentação reflete o interesse do mercado em relação à operadora de saúde.

Nos pregões anteriores, a ação da Hapvida enfrentou pressão de venda. A operadora de saúde divulgou um lucro líquido de R$ 338 milhões no período de julho a setembro, um aumento de 4,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 746,4 milhões, com uma diminuição de 2,1%, sem considerar itens não recorrentes.

Pontos de atenção relevantes foram o fluxo de caixa livre da empresa e o aumento da taxa de sinistralidade (MLR). A Hapvida registrou uma queima de R$ 51,9 milhões no terceiro trimestre de 2025, impulsionada pela redução do Ebitda. A taxa de sinistralidade subiu 1,4 ponto percentual, atingindo 75,2%, devido ao aumento no número de ocorrências médicas.

Revisão de Estimativas Bancárias

Após os resultados do terceiro trimestre e as revisões nas estimativas dos bancos, as ações da Hapvida sofreram uma queda de mais de 42% na semana passada. O banco Safra rebaixou a recomendação da ação de compra para neutro, cortando o preço-alvo para R$ 22,50, o que representa um potencial de valorização de 25% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (14).

Os analistas Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une, da equipe do Safra, consideraram os resultados do 3T25 como “muito fracos”, abaixo do consenso do mercado e que desencadearam uma forte venda das ações. A equipe do Safra ressaltou que as revisões negativas de lucro, após os resultados do 3T25, “pioram a perspectiva de valuation, enquanto a falta de visibilidade torna uma precificação mais desafiadora”.

A ausência de metas de margem, tanto de curto quanto de longo prazo, dificulta a avaliação do caminho da recuperação e do equilíbrio financeiro da empresa. Além disso, a percepção de risco da ação aumentou, devido às revisões significativas nos lucros, à volatilidade nos resultados e no preço das ações, e à execução heterogênea desde a aquisição do Grupo Notre Dame Intermédica.

O Safra também mencionou o ruído regulatório contínuo como um fator que pode reduzir o apetite dos investidores por ações da Hapvida.

Revisões de Outros Bancos

O banco Safra não é o único a revisar suas estimativas para a Hapvida. A Ágora Investimentos/Bradesco BBI reduziu o preço-alvo das ações em quase 50%, um corte de R$ 24. Agora, o banco projeta as ações HAPV3 em R$ 27 no final de 2026. O BB Investimentos também rebaixou a recomendação das ações de compra para neutro, e o BTG Pactual cortou o preço-alvo de R$ 67 para R$ 50 no final de 2026.

Já o JP Morgan fez uma dupla revisão: rebaixou a recomendação de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39.

Sair da versão mobile