Ibovespa e Expectativas de Taxa Selic
O Ibovespa encerrou a segunda-feira (24) com alta de 0,33%, impulsionado principalmente por avanços em setores cíclicos. Essa performance ocorreu em um cenário de revisão das expectativas para a taxa Selic, o principal instrumento de política monetária do Brasil.
O Banco Central (BC) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforçaram a dependência do BC em relação a dados econômicos, demonstrando insatisfação com as expectativas de inflação elevadas.
Os economistas consultados pelo BC reduziram as projeções para a Selic em 2026, antecipando uma taxa de 12% em vez das estimativas anteriores de 12,25%. A expectativa para este ano permanece em 15% ao ano, refletindo a postura conservadora do BC em relação ao combate à inflação.
A redução das projeções para a Selic reflete a avaliação de que os dados econômicos disponíveis indicam um cenário favorável para um eventual afrouxamento monetário. Essa perspectiva se alinha com as declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, que também sinalizam a possibilidade de cortes nas taxas de juros em dezembro.
Ações e Cenário de Juros
Entre as empresas listadas no Ibovespa, ações de setores cíclicos lideraram o desempenho positivo, acompanhando a curva de juros brasileira, que apresentou forte queda. O avanço nas negociações entre o governo Trump e a China, juntamente com o otimismo em relação à Inteligência Artificial (IA), também contribuíram para o cenário positivo.
A aprovação de um programa de alienação da CSN Mineração (CMIN3) e a divulgação de dados de arrecadação recorde em outubro também influenciaram o Ibovespa. A empresa MRV (MRVE3) e Assaí (ASAI3) lideraram os ganhos, enquanto a CSN Mineração (CMIN3) apresentou a maior queda.
Mercado de Wall Street e Perspectivas Globais
Os índices em Wall Street registraram ganhos significativos, impulsionados por novas declarações de dirigentes do Fed, que reforçaram as apostas de corte nos juros em dezembro. O avanço nas negociações entre o governo Trump e a China, juntamente com o otimismo em relação à Inteligência Artificial (IA), também dividiram as atenções.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, apontava 80,9% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. A probabilidade de manutenção dos juros caiu de 29,0% para 19,1% hoje.
