Ibovespa em Ascensão: Análise de Especialista em Meio a Cenário de Juros Altos
O mercado de ações brasileiro tem demonstrado um desempenho notável em 2025, com o Ibovespa subindo mais de 30% no acumulado do ano. Essa valorização surpreende, considerando que as taxas de juros estão no maior patamar em duas décadas, atingindo 15% ao ano.
A gestora de renda variável da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, acredita que a bolsa brasileira ainda tem potencial de crescimento, embora o cenário de juros altos continue a ser um obstáculo.
Perspectivas de Crescimento e o Impacto dos Juros
Apesar dos juros elevados, Lemos defende que a bolsa pode continuar subindo, especialmente se a taxa Selic diminuir. Para a gestora, o momento ideal para investir em ações não é determinado por um “momento certo ou errado”, mas sim pela adequação do perfil do investidor.
Investidores com perfis moderados ou agressivos devem ter alguma exposição a ações, sem tentar adivinhar o melhor momento de entrada ou saída.
Um cenário de queda dos juros, com a Selic abaixo de 2% ao mês, seria o catalisador para que os investidores voltassem a alocar recursos em ações, minimizando o risco percebido.
Setores Promissores em Meio à Valorização
Em meio a esse cenário, Lemos destaca a importância de focar em empresas geradoras de caixa, especialmente no setor de serviços públicos, como saneamento e energia elétrica. A carteira da Fator Administração de Recursos inclui empresas como Eletrobras (Axia Energia), CPFL e algumas empresas de transmissão.
Outro setor que se destacou foi a Construção Civil focada em baixa renda, impulsionada pelo programa Minha Casa Minha Vida, exemplificados pelas ações Direcional e Plano. O setor bancário também apresentou bons resultados, com destaque para BTG e Itaú.
O setor de varejo, no entanto, tem menor exposição na carteira da gestora, devido ao modelo de negócio e à forte influência dos juros altos na gestão de caixa.
Análise Setorial e Indicadores
A análise setorial da gestora reflete a busca por empresas com maior resiliência e capacidade de geração de caixa, características que se tornam ainda mais relevantes em um ambiente de juros altos. A seleção de empresas como Eletrobras, CPFL e as empresas do setor de construção civil focada em baixa renda, demonstra uma estratégia de investimento que busca minimizar os riscos e aproveitar as oportunidades de crescimento.
A avaliação do setor bancário, com destaque para BTG e Itaú, reflete a busca por empresas com boa gestão de caixa e capacidade de gerar resultados em um ambiente de juros elevados.
Considerações Finais
Em resumo, a análise de Isabel Lemos sugere que, apesar dos desafios impostos pelo cenário de juros altos, o Ibovespa ainda apresenta perspectivas de crescimento, especialmente com a expectativa de uma queda nas taxas de juros. A seleção de empresas geradoras de caixa e a análise setorial cuidadosa são estratégias importantes para os investidores que buscam aproveitar as oportunidades do mercado brasileiro.