Índice IFIX Atinge Novo Recorde em 2025, Impulsionado por FIIs
Índice IFIX do FIIs atinge recorde histórico em 2025, impulsionado por shoppings e logística. Gestora Manatí destaca papel dos FIIs no financiamento produtivo
O mercado de fundos imobiliários (FIIs) encerrou o ano de 2025 com um desempenho notável, atingindo o maior patamar histórico. O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX), que reúne os principais fundos listados na B3, fechou em 3.595,67 pontos, superando o recorde anterior e registrando uma alta expressiva de 15,3% ao longo do ano.
Essa valorização significativa foi impulsionada principalmente pelos segmentos de shoppings, lajes corporativas e logística, enquanto os fundos de papel mantiveram o pagamento de dividendos elevados, mesmo em um ambiente de juros persistente e altos.
Para a Manatí, o avanço reforça o papel estrutural dos FIIs como instrumento de financiamento produtivo. “Os fundos imobiliários acabam sendo um veículo natural para operações estruturadas”, afirma Mekbekian, gestor da Manatí.
A Influência das Taxas de Juros no Mercado Imobiliário
A trajetória do IFIX em 2025 tem sido influenciada pelas oscilações nas expectativas de juros. A perda de força nas apostas por cortes antecipados da taxa de juros limitou uma valorização mais expressiva, mas o mercado continua atento ao comportamento dos títulos públicos atrelados à inflação, referência direta para os fundos imobiliários.
Mekbekian explica que o desempenho da classe de ativos está diretamente ligado à política monetária. “Os fundos imobiliários, como classe, têm uma correlação negativa muito grande com a taxa de juros”, diz.
Operações Estruturadas e a Manatí
A atuação da Manatí no crédito estruturado, com foco em shoppings e lajes corporativas, utiliza os fundos imobiliários como ferramenta para transformar necessidades de capital em produtos acessíveis aos investidores. “A nossa ideia inicial foi ter um braço de originação muito forte, que pudesse olhar o Brasil como um todo e trazer produtos pouco replicáveis para os investidores”, afirma Mekbekian.
De acordo com ele, a proposta é unir originação e estruturação. “A partir do momento que a gente consegue usar os nossos relacionamentos pessoais junto aos empresários, entende a demanda de capital, transforma isso num produto financeiro e, com base nele, faz as captações, conseguimos entregar um bom retorno para o investidor.”
O Lastro Imobiliário e a Economia Real
O executivo observa que o imobiliário está presente em diferentes segmentos da economia. “O lastro imobiliário está presente em diversos setores que não necessariamente só o próprio segmento”, diz. “Sempre tem uma sede envolvida, algum ativo patrimonial, uma holding patrimonial dos sócios.” Para ele, essa característica amplia o alcance dos FIIs e reforça sua função como canal de financiamento produtivo. “Por mais que a gente fale de investimento imobiliário em si, o âmbito imobiliário acaba estando presente e bebendo também de outras fontes.”
Impacto Econômico e Perspectivas para o Mercado
A estrutura dos fundos imobiliários tem permitido aproximar o mercado financeiro da economia real. Dessa forma, a partir das operações originadas pela gestora, os recursos captados em fundos acabam direcionados a empresários regionais e médios. “A gente sempre soube que o Brasil era muito maior do que o quintal tradicional”, afirma Mekbekian. “Existem empresários muito fortes regionalmente, mas que não necessariamente são conhecidos pelo mercado financeiro.” As operações estruturadas, segundo ele, têm efeitos diretos sobre a atividade econômica. “Nos nossos produtos, os recursos disponíveis permitem fazer operações com base na necessidade de capital de um empresário localizado em outra capital, que tem seus funcionários, paga impostos e cria empregos.” Sendo assim, essa dinâmica, explica, exemplifica a função dos FIIs no desenvolvimento produtivo. “É com esse gancho do mercado financeiro com a economia real que a gente acaba criando uma sinergia.
Dessa forma, ela fica praticamente imbatível quando se pensa no ato do investimento lá na ponta, junto ao cliente.”
Mesmo com o cenário de juros ainda elevado, Mekbekian avalia que há espaço para crescimento. “A gente ainda vê muito mercado para continuar fazendo operação estruturada”, diz. “Há uma avenida para seguir entregando esse tipo de produto bem feito.” Ele ressalta que, apesar de o Brasil enfrentar ciclos de instabilidade, o foco da gestora permanece na consistência das operações. “Tentamos excluir um pouco as questões conjunturais das análises e seguir com o trabalho de originação e estruturação.”
Autor(a):
Redação
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