Indivíduos com alto patrimônio investem em títulos isentos de taxas e ações — observe como os brasileiros investiram no primeiro semestre, conforme dados da Anbima

O investimento total dos brasileiros alcançou R$ 7,9 trilhões, com destaque para o desempenho de CDBs e o aumento da aplicação de investidores de alta r…

11/08/2025 14:26

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Indivíduos com alto patrimônio investem em títulos isentos de taxas e ações — observe como os brasileiros investiram no primeiro semestre, conforme dados da Anbima
(Imagem de reprodução da internet).

É inegável que o Brasil é o país da renda fixa, e os dados do primeiro semestre de 2025 apenas reforçam esse estereótipo. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o volume de investimentos dos brasileiros atingiu R$ 7,9 trilhões até junho. Deste montante, a renda fixa soma R$ 4,7 trilhões e representa quase 60% do total.

Isso indica que, para cada R$ 10 investidos por brasileiros, R$ 6 foram direcionados para títulos de renda fixa. Os R$ 4 restantes foram distribuídos entre fundos de previdência, ações e outros fundos híbridos, incluindo multimercados, ETFs, COEs, entre outros.

Na renda fixa, os brasileiros preferem os CDBs. Os dados da Anbima indicam que esses títulos lideram em investimentos, totalizando R$ 1,15 trilhão.

Observa-se um aumento de 9,9% em comparação com dezembro de 2024. Ressalta-se que a maior parte desse progresso foi impulsionada pelo varejo de alto poder aquisitivo – investidores com maior capital financeiro, porém sem fazer parte do segmento private (acima de R$ 5 milhões, em média).

O montante de aplicações de alta renda em CDBs subiu 18,5% de dezembro a junho, enquanto o crédito privado teve aumento de 3,3% e o varejo tradicional, 4,6%.

Após os CDBs, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI) representam os maiores investimentos em renda fixa, totalizando R$ 536,7 bilhões e R$ 426,5 bilhões, respectivamente. O desempenho desses títulos também foi notável no período, com um aumento de 13,2% nas LCA e 17,7% nas LCI.

Os investimentos se situaram em uma posição intermediária, entre os títulos de renda fixa conservadora e as Letras de Crédito, totalizando R$ 767,3 bilhões até o final de junho de 2025. O aumento da aplicação no período, contudo, foi modesto, atingindo 4,2%.

Investimento por faixa de renda em 2025

Os brasileiros investiram 6,8% a mais, representando um aumento de R$ 505,5 bilhões em volume de capital desde dezembro.

O desempenho positivo foi impulsionado pelo varejo de alta renda, que registrou um crescimento de 10,7% na sua alocação total, de acordo com os dados da Anbima. O varejo tradicional cresceu 4,1% e o segmento private, 5,4%.

O incremento na aplicação em ações pelo varejo tradicional despertou maior atenção da Anbima no primeiro semestre, com elevação de 19,5%, significativamente superior aos 6,4% da renda alta e ao 1,4% do private banking.

Luciane Effting, presidente do FÓRUM de Distribuição da Anbima, atribui essa movimentação ao maior impulso por diversificação dos investidores. Ela destaca que o Ibovespa teve um ótimo desempenho neste primeiro semestre, com uma alta de 15%.

Varejo tradicional: Top 3

No segmento de alta renda, houve um aumento expressivo de CDBs, porém a maior variação ocorreu em outra classe de ativos de renda fixa: debêntures incentivadas. A alocação subiu 27% entre dezembro e junho, um valor comparável à alta de 23,7% nos investimentos em LCI no mesmo período.

Para a Anbima, dois fatores estão impulsionando esses títulos. O primeiro é a taxa de juros elevada, em torno de 15% ao ano, que oferece um retorno expressivo. O segundo é a viabilidade de tributação desses títulos pelo governo federal a partir do próximo ano.

Top 3 varejo de luxo:

Por fim, o segmento privado. A alocação dos super-ricos neste início de ano se concentrou nos títulos públicos e isentos — que podem deixar de ser isentos em breve.

O desempenho em títulos públicos subiu 17,8%, seguido por ganhos em LCI e LCA. A Anbima considera que a estratégia mais prudente se deve ao elevado retorno dos juros, bem como ao incentivo fiscal dos títulos isentos.

Essa taxa elevada possibilita uma posição mais confortável, ao mesmo tempo em que protege parte do portfólio da inflação. O título permite essa rentabilidade. Enquanto os títulos isentos apresentam esse cenário de risco à tributação, afirma Effting.

Top 3 segmento privado:

Fonte por: Seu Dinheiro

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