Inflação Mercado e Preços ao Produtor Registram Aumento em Setembro
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), frequentemente associado à inflação do aluguel, apresentou um aumento de 0,42% em setembro. Essa elevação superou a expectativa inicial de 0,35% divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã de segunda-feira (29). O resultado anterior, referente ao mês de agosto, havia registrado um crescimento de 0,36%.
Paralelamente, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-M, também exibiu um avanço de 0,49% em setembro, após um crescimento de 0,43% em agosto. Essa dinâmica reflete a variação dos preços no atacado e influencia diretamente o índice geral.
André Braz, economista do FGV IBRE, analisou o cenário, destacando que a queda nos bens finais, embora menos intensa, contribuiu para a aceleração do IPA. Ele observou que a deflação nos Bens Finais passou de -0,55% em agosto para -0,02% em setembro, indicando uma desaceleração na pressão inflacionária nesse segmento.
O avanço das matérias-primas brutas desacelerou para 1,47%, após 1,56% no mês anterior. Braz explicou que essa redução no ritmo de crescimento das matérias-primas pode diminuir a pressão por repasses ao longo da cadeia produtiva, aliviando o impacto inflacionário em diversos setores da economia.
Inflação nos EUA Aumenta em Linha com Projeções
Adicionalmente, a inflação nos Estados Unidos também apresentou um aumento em agosto. O núcleo do Índice de Preços de Consumos Pessoais (PCE) – que exclui alimentos e energia – subiu 0,2% no mês, conforme dados divulgados pelo Departamento de Comércio na sexta-feira (26).
O índice cheio do PCE avançou 2,7% em agosto. O PCE é o indicador preferido do Federal Reserve (Fed) para decisões de política monetária, sendo um termômetro crucial para a economia americana.
Os gastos do consumidor cresceram 0,4% em agosto, superando as expectativas do mercado, impulsionados principalmente por famílias de alta renda, que se beneficiaram do bom desempenho dos mercados de ações e dos preços elevados de imóveis. No entanto, famílias de baixa renda continuam enfrentando dificuldades devido ao aumento dos preços e tarifas de importação.
O consumo robusto contribuiu para que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA crescesse 3,8% no segundo trimestre, a maior taxa em quase dois anos. As projeções para o terceiro trimestre apontam para um crescimento de cerca de 2,5%.