Inflação sob controle: projeções otimistas e riscos para a economia em 2026

Inflação sob controle em 2025: IPCA atinge 4,4% e projeções otimistas para 2026 alertam para riscos. Mercado espera meta de 3% em maio.

14/12/2025 14:37

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(Imagem de reprodução da internet).

Após um ano de 2024 marcado pelo estouro do teto da meta de inflação, o cenário econômico em 2025 apresenta uma trajetória de encerramento com a inflação sob controle. As projeções atuais indicam uma taxa de 4,4%, dentro do limite máximo de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, representando o menor patamar inflacionário observado desde 2019.

Essa melhora contrasta significativamente com o início do ano, quando o mercado projetava uma inflação entre 5% e 6%.

Desaceleração Consistente

Nos últimos meses, observou-se uma desaceleração consistente na inflação. Até novembro, o acúmulo de alta no período foi de 3,92% ao ano. No mês de novembro, o índice avançou apenas 0,18%, a menor variação para novembro em sete anos. O dado acumulado em 12 meses aponta para uma inflação de 4,46%, conforme dados divulgados pelo IBGE.

Fatores que Contribuíram para a Desaceleração

O grupo de alimentos desempenhou um papel crucial na redução da inflação. Safras recordes, combinadas com clima favorável e chuvas regulares, impulsionaram o agronegócio, resultando em deflação nos preços dos alimentos. Segundo André Braz, coordenador de índices de preços da FGV, essa situação não era prevista no início de 2025.

A combinação de produção elevada e uma valorização do câmbio também contribuiu positivamente para as projeções. A postura firme da autoridade monetária, com a taxa Selic em 15% ao ano – o maior patamar em 19 anos – foi fundamental para ancorar as expectativas e fortalecer o real frente ao dólar.

Alexandre Maluf, economista da XP, ressalta a importância do canal das expectativas na formação de preços, destacando o efeito do aperto monetário.

Impacto da Valorização Cambial

A valorização do câmbio também ajudou a conter a inflação de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, que apresentam uma inflação acumulada abaixo de 3% em 12 meses.

Alívio na Energia Elétrica

A alteração da bandeira tarifária de vermelha (patamar 1) para amarela em dezembro tende a aliviar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), devido à energia elétrica, que representa cerca de 4% do índice. A expectativa é de deflação de 2,6% em dezembro e 2,8% em janeiro.

Projeções para 2026: Cautela e Riscos

O mercado projeta a continuidade desse cenário positivo no primeiro semestre de 2026. Algumas estimativas indicam que o IPCA pode se aproximar da meta central de 3% já em maio. No entanto, especialistas alertam que riscos fiscais e o ano eleitoral podem reacender pressões inflacionárias na segunda metade do próximo ano.

Apesar do quadro atual, o horizonte exige cautela.

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