Isa Energia: Aumento de Dividendos Pode Acontecer Até 2028?
Após um terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 550 milhões – um aumento de 27,4% em relação ao ano anterior – a Isa Energia (ISAE4) pode voltar a distribuir dividendos com mais frequência do que uma vez por ano até 2028. A possibilidade foi levantada pela CFO, Silvia Wada, durante uma teleconferência, gerando expectativa entre os investidores, especialmente aqueles acostumados ao histórico da antiga Isa Cteep (TRPL4), que distribuía até quatro vezes por ano.
Fatores que Impulsionaram o Resultado
O resultado positivo do 3T25 foi impulsionado por diversos fatores, incluindo menor imposto de renda, devido ao maior uso de juros sobre capital próprio (JCP), e a implementação de medidas de eficiência que reduziram custos. A empresa também se beneficia da Concessão Paulista, renovada em 2012 e válida até 2042, que garante o pagamento da RBSE (Rede Básica Sistema Existente) por ativos depreciados.
RBSE e Indenizações
A RBSE, que representa cerca de 33% da receita da empresa, será paga até 2028. A substituição da RBSE por novos investimentos elevou o endividamento, que cresceu 35,2% no trimestre. No entanto, a empresa reafirma seu compromisso de distribuir pelo menos 75% do lucro líquido regulatório (payout) todo ano.
Projeções e Dividend Yield
Analistas projetam um dividend yield entre 6% e 8% nos próximos 12 meses, com a média do TradeMap apontando para uma média de 7,21% em dividendos para 2026. A média de proventos da bolsa é de 6%. O CEO, Rui Chammas, enfatiza a importância da disciplina financeira e do equilíbrio entre criação de valor, disciplina no endividamento e proventos sólidos aos acionistas.
Investimentos e Crescimento
A Isa Energia está focada em rentabilidade e crescimento seletivo, o que a levou a ficar de fora do último leilão. A empresa está atuando em três frentes: novas concessões, reforços e melhorias e fusões e aquisições. Até 2029, estão autorizados R$ 5,7 bilhões nesses projetos, com 45% da receita reconhecida na energização e o restante até 2028.
Frequência de Dividendos e Outras Considerações
A CFO, Silvia Wada, reconhece que o tema da frequência de dividendos é recorrente entre os investidores. Embora não haja planos de criar uma nova prática, a empresa explora a flexibilidade para realizar mais declarações ou pagamentos sem alterar a política de remuneração.
A empresa também está aguardando a sanção presidencial do projeto que cria tributação de 10% sobre dividendos mensais acima de R$ 50 mil, vigente a partir de 2026, e está preparada para se adequar à nova legislação.
A empresa também possui um endividamento de R$ 12,9 bilhões, com custo médio de 13,3% ao ano, e espera que o processo com a Sefaz-SP, relativo à Lei 4.819/58, reduza custos em R$ 200 milhões anuais.
