Vamos (VAMO3): Análise do Itaú BBA Aponta Oportunidade
A ação da Vamos (VAMO3) tem atraído atenção no mercado de ações brasileiro, com um volume significativo de operações vendidas, representando cerca de 25% do free float. Essa posição, conhecida como “shorting”, indica que muitos investidores apostam na queda do preço do papel.
O Itaú BBA, no entanto, não vê essa estratégia como ideal neste momento.
A principal razão para essa avaliação é que, com tanta pressão vendedora, uma parcela considerável do movimento negativo que a empresa tem enfrentado já está refletida no preço da ação. O banco acredita que o cenário atual pode levar a perdas para os investidores que adotaram essa estratégia.
A Vamos, empresa de locação de veículos de carga e equipamentos pesados, parte do Grupo Simpar, tem apresentado uma queda de quase 25% no valor das suas ações na bolsa de valores ao longo do ano. O Itaú BBA acredita que uma possível queda na taxa Selic pode mudar esse cenário.
Projeções do Itaú BBA e Expectativas para o Futuro
O banco destaca que investidores têm buscado ações que se beneficiem de uma redução na Selic, e a Vamos se encaixa nesse perfil. A empresa possui uma dívida líquida de aproximadamente R$ 12 bilhões, atrelada aos juros, o que a torna sensível a variações na taxa básica de juros.
O Itaú BBA projeta que cada redução de 1 ponto percentual na Selic média prevista para 2026 pode elevar o lucro da empresa em cerca de 20%, o que mudaria rapidamente a percepção do mercado. A expectativa é que os cortes na taxa comecem já no início de 2026, com a Selic encerrando o próximo ano em 12,25%, conforme o Boletim Focus desta semana.
Em um cenário mais normalizado, o banco estima um lucro de R$ 704 milhões para 2027, um salto de 76% em relação ao previsto para 2026. A recomendação para os papéis é de compra, com preço-alvo de R$ 5,50, alta potencial de 46,7% em relação ao fechamento da última sexta-feira (14).
Revisão das Estimativas e Desafios da Vamos
Apesar de não ser hora de shortear os papéis da Vamos, o Itaú BBA revisou para baixo as estimativas para a companhia após o balanço do terceiro trimestre de 2025. “Em resumo, chegamos ao piso do guidance de lucro líquido para 2025, em R$ 303 milhões.
Os resultados podem ter uma leve melhora trimestral no quarto trimestre, com a implementação de novos contratos, levando o lucro para R$ 62 milhões, enquanto as margens devem permanecer próximas às do terceiro trimestre”, diz o relatório.
Para 2026, os analistas reduziram em 3% as estimativas para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), para R$ 3,8 bilhões, devido a margens menores no negócio de locação — o que deve registrar custos mais altos de preparação dos ativos para venda.
Os desafios da Vamos incluem a pressão da Selic e as dificuldades enfrentadas pelo agronegócio. A cadeia de grãos ainda está sob pressão, o que leva a dificuldades para os clientes honrarem os contratos de locação, resultando em retomadas de ativos.
Conclusão
O cenário atual apresenta desafios significativos para a Vamos, incluindo a demanda fraca por ativos seminovos e a retomada de ativos do setor de grãos. A empresa enfrenta um momento fraco nos resultados e um risco de revisões negativas no consenso.
O banco acredita que a redução da Selic pode ser um fator positivo, mas a situação ainda exige cautela.
