Javier Milei critica Mercosul e defende liberdade de negociação em Foz do Iguaçu

Críticas de Milei ao Mercosul em Cúpula do Bloco

O presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou uma série de críticas ao Mercosul durante a sessão plenária da 67ª Cúpula do bloco, realizada em Foz do Iguaçu (PR) neste sábado (20). Milei argumentou que os objetivos de união aduaneira estabelecidos para o Mercosul não foram alcançados, citando a ausência de um mercado comum e a dificuldade de livre circulação de bens e serviços.

O presidente argentino destacou a existência de excessiva burocracia interna, apontando-a como um dos principais obstáculos para a conclusão de acordos comerciais, como o com a União Europeia (UE). Milei enfatizou que a falta de coordenação macroeconômica e a ausência de harmonização normativa também contribuem para a ineficiência do bloco.

Ele defendeu que cada Estado associado deve ter a liberdade de negociar acordos comerciais diretamente com outros países, fora do Mercosul. Milei ressaltou que a abordagem monolítica do bloco resulta em processos lentos e na perda de oportunidades de comércio.

O presidente argentino expressou preocupação com o tempo necessário para a conclusão de negociações, afirmando que os países do Mercosul não podem mais “perder dezenas de anos” em discussões administrativas. Ele defendeu a necessidade de um sistema tarifário mais moderno e simplificado, visando aumentar a competitividade dos mercados internos.

Transmissão da Cúpula do Mercosul

A transmissão da Cúpula do Mercosul foi restrita, com a comunicação do governo brasileiro focando apenas nas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Os registros dos presidentes dos demais países do bloco foram disponibilizados posteriormente.

Apenas o Paraguai, que assume a Presidência do Mercosul em janeiro, realizou a transmissão em tempo real das atividades.