Alívio Tarifário Impulsiona o Mercado de Commodities Brasileiras
Após uma semana da suspensão da tarifa recíproca de 10%, o governo implementou a eliminação da taxa adicional de 40% sobre cerca de 200 produtos brasileiros, incluindo carne e café. Essa medida, anunciada durante o feriado da Consciência Negra, gerou reações positivas no mercado financeiro, com destaque para frigoríficos como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), que apresentaram altas significativas no pregão da bolsa.
Impacto na Cadeia Produtiva e Exportações
A escassez de proteína animal nos Estados Unidos, um problema concreto identificado pelo analista Felipe Sant’Anna do grupo Axia Investing, impulsiona a possibilidade de redirecionamento de importações da Austrália e outros países latino-americanos para os frigoríficos brasileiros.
Apesar de Sant’Anna ressaltar que os efeitos reais desse movimento demorarão a se materializar, a expectativa é de que a produção nacional ganhe espaço no mercado americano.
Análise Detalhada do Impacto Econômico
Apesar do movimento positivo, a retirada das tarifas tende a ter um impacto discreto em empresas como a MBRF, que já operava em países vizinhos. Segundo Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, o impacto direto na operação brasileira seria de apenas 0,18% das vendas.
A situação contrasta com a JBS, que, por abastecer diretamente a cadeia produtiva de suas plantas nos EUA, pode sentir um impacto mais expressivo.
Setores Beneficiados e Excluídos
Empresas como a Minerva, com presença relevante na Argentina, Uruguai e Paraguai, também se beneficiam da medida, embora em menor proporção. Já setores como aeronaves, componentes aeronáuticos, mineração e segurança nacional permanecem sujeitos a regimes tarifários sem alívio, impactando negativamente empresas como Embraer (EMBR3) e Gerdau (GGBR4).
Ampliação da Lista de Isentos e Perspectivas Futuras
A inclusão de cerca de 200 novos produtos na lista de isentos, somada aos 700 já excluídos anteriormente, representa um reforço na flexibilização do comércio bilateral. Produtos agrícolas, como carne bovina, café, frutas e especiarias, ganham fôlego, enquanto a pressão tarifária sobre setores específicos persiste.