JPMorgan rebaixa BB Seguridade, prevê queda e alerta para riscos no setor
JPMorgan rebaixa BB Seguridade (BBSE3) após crise do agronegócio e incertezas na renovação do contrato com o Banco do Brasil (BBAS3). Ação cai 2,40%.
A BB Seguridade (BBSE3) tem atraído atenção de investidores por seus dividendos, mas enfrenta desafios significativos. Assim como seu controlador, o Banco do Brasil (BBAS3), a seguradora sofreu com a crise do agronegócio, impactando os prêmios. Analistas preveem um cenário mais difícil para os próximos trimestres, levando o JPMorgan a rebaixar a ação de neutra para venda, cortando o preço-alvo de R$ 40 para R$ 34.
A ação reagia com queda de 2,40%, atingindo R$ 33,52.
Os analistas projetam um crescimento fraco nos prêmios em 2026 e 2027. A BB Seguridade tem registrado quedas nos prêmios da Brasilseg, com uma recuo de 14,8% na terceira etapa do ano, impulsionado principalmente pelos segmentos agrícolas (-57,1%) e vida produtor rural.
A pressão adicional vem da queda da Selic, que, com cortes de 1 ponto percentual, pode reduzir os lucros em 1% e 2% a 3% em comparação com as projeções para 2026 e 2027.
Um ponto de atenção é a renovação do contrato de exclusividade com o Banco do Brasil, que vence em 2033. Embora a administração do BBAS3 tenha apresentado comentários positivos sobre a renovação, as negociações não avançam rapidamente. A ausência de pressa por parte das partes mantém uma pressão negativa sobre as ações, agravada pelo período eleitoral.
Apesar do cenário desafiador, os analistas preveem um rendimento de dividendos atraente de 11%. No entanto, essa expectativa não é suficiente para justificar a manutenção da ação na carteira, pois depende da renovação do contrato com o Banco do Brasil.
Caso não haja renovação após 2033, o rendimento cairia para 8%, em comparação com uma empresa perpétua.
O agronegócio representa mais de um terço das operações de crédito da BB Seguridade. Os analistas questionam se a crise é cíclica ou se representa uma mudança estrutural no setor, com a participação do Banco do Brasil caindo de 55% para 30% atualmente.
Apesar de novos produtos e parceiros, a dependência do Banco do Brasil continua sendo um fator de risco.
Autor(a):
Redação
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