Juro real em debate: Brasil em segundo com 9,44% e Turquia lidera

Taxa de Juros Real em Debate Após Ações de Copom e Fed

A taxa de juros real voltou ao centro das atenções após a denominada “superquarta”, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed) ajustaram suas políticas monetárias. No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic inalterada, enquanto o Fed reduziu a taxa norte-americana para o intervalo de 3,5% a 3,75%, elevando-a para 0,4%.

Ranking Global de Juros Reais

Um levantamento da MoneYou e da Lev Intelligence revelou que o Brasil permanece em segundo lugar no ranking mundial de juros reais, atrás apenas da Turquia. A comparação considera a taxa de juros de mercado para 12 meses à frente e a inflação projetada no mesmo período.

Os dados indicam que, em setembro, a Turquia lidera com 10,33%, enquanto o Brasil apresenta 9,44% de juro real. A sequência é completada por Rússia (7,89%), Argentina (7,14%) e México (5,21%). A metodologia utilizada baseia-se na taxa nominal de juros no vencimento mais líquido, descontando a inflação esperada, prática que permite avaliar o poder de remuneração real dos títulos de cada país.

Economias no Bloco Intermediário

Economias como Indonésia, Hungria, África do Sul e Israel registram juros reais entre 2% e 2,5%. No entanto, mercados desenvolvidos apresentam taxas próximas de zero ou negativas, como Alemanha (0,03%), Espanha (0,02%), Portugal (-0,06%) e Holanda (-1,96%).

Influência de Fed e Copom

A decisão do Fed de cortar 0,25 ponto tende a reduzir gradualmente o juro real norte-americano. O Copom, ao manter a Selic em 15%, reforça o caráter contracionista da política monetária local. Esses movimentos mantêm a distância entre os dois países, com efeito direto nas expectativas para câmbio, fluxo de capitais e custo de financiamento doméstico.

O que é Juro Real e por que Importa?

O juro real representa o retorno dos investimentos após descontar os efeitos da inflação. Em países com inflação baixa e juro nominal elevado, o retorno real tende a ser maior, podendo atrair capital, mas também encarecer o crédito e limitar a expansão da economia.

Ranking Completo

1 – Turquia: 10,33%2 – Brasil: 9,44%3 – Rússia: 7,89%4 – Argentina: 7,14%5 – México: 5,21%6 – Indonésia: 2,44%7 – Hungria: 2,14%8 – África do Sul: 2,07%9 – Israel: 1,91%10 – Filipinas: 1,79%11 – Reino Unido: 1,43%12 – Índia: 1,27%13 – Austrália: 1,09%14 – Hong Kong: 0,69%15 – Chile: 0,58%16 – República Tcheca: 0,58%17 – Malásia: 0,51%18 – Coreia do Sul: 0,48%19 – Estados Unidos: 0,40%20 – Grécia: 0,39%21 – Itália: 0,35%22 – Bélgica: 0,30%23 – França: 0,19%24 – Alemanha: 0,03%25 – Espanha: 0,02%26 – Portugal: -0,06%27 – Áustria: -0,08%28 – Nova Zelândia: -0,08%29 – Polônia: -0,10%30 – Tailândia: -0,26%31 – China: -0,47%32 – Taiwan: -0,50%33 – Cingapura: -0,79%34 – Colômbia: -0,86%35 – Suíça: -0,96%36 – Japão: -1,09%37 – Suécia: -1,15%38 – Canadá: -1,53%39 – Holanda: -1,96%40 – Dinamarca: -2,29%