Lô Borges, Cantor e Compositor, Falece aos 73 Anos

Lô Borges, Cantor e Compositor, Falece aos 73 Anos

O músico brasileiro Lô Borges, figura central do movimento Clube da Esquina, faleceu nesta segunda-feira, 3 de novembro de 2025, aos 73 anos. A confirmação do falecimento foi divulgada pelo Hospital Unimed, em Belo Horizonte, onde o artista estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 17 de outubro.

A morte de Lô Borges encerra uma trajetória que se estendeu por mais de cinco décadas, marcada por sua contribuição para a revolução da música popular brasileira. O comunicado da instituição ressalta a irreparável perda para a música nacional, lamentando a ausência do artista.

Trajetória e Legado Musical

Nascido Salomão Borges Filho em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 10 de janeiro de 1952, Lô Borges iniciou sua carreira musical na adolescência, tocando em bares e estabelecimentos da região de Santa Tereza. Aos 20 anos, em 1972, lançou os álbuns “Clube da Esquina” e “Lô Borges”, que se tornaram marcos na discografia nacional.

Em parceria com Milton Nascimento e outros artistas como Beto Guedes e Alaíde Costa, o “Clube da Esquina” foi eleito o 7º álbum mais importante da música brasileira em 2007, pela eleição da revista Rolling Stone Brasil. O movimento musical, que incluía seu irmão Márcio Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Toninho Horta e Wagner Tiso, é lembrado por Borges como uma obra atemporal.

Inícios e Colaborações

Antes do sucesso do “Clube da Esquina”, Lô Borges compunha desde a adolescência ao lado do irmão Márcio Borges. Ele também colaborava em pequenas bandas e festivais, consolidando sua vocação como compositor inovador e guitarrista versátil.

As gravações caseiras, realizadas em um apartamento da família Borges, com outros futuros membros do movimento, serviam para testar ideias e harmonias.

Essas gravações, que incluíam encontros no Bar do Museu Clube da Esquina, eram o embrião para muitas das composições que viriam a ser os clássicos do disco e do movimento. Após 1972, sua carreira tomou rumos distintos, com reduções em lançamentos e produções.

Retorno e Últimos Trabalhos

Após um período de hiato, Lô Borges retomou sua produção musical na segunda metade dos anos 1970, com o álbum “A Via Láctea” em 1979. Nos anos seguintes, sua produção se manteve limitada a quatro álbuns de estúdio, com destaque para “Meu Filme” em 1996.

A retomada completa ocorreu na década de 2000, com o lançamento de 10 álbuns, incluindo “Céu de Giz”, lançado em parceria com Zeca Baleiro em julho de 2025.

“Essa parceria foi algo inesperado e uma honra para mim. Um belo dia fiz três músicas no violão e me veio o Zeca na cabeça. Falei com ele, de quem sempre fui fã, e em pouco tempo ele me mandou letras maravilhosas”, declarou Lô Borges. “Até brinquei que ele estava me enxergando por raio X de tanto que eu me identifiquei com as letras.”