Lula enfrenta aversão ao risco: Dólar dispara para R$ 5,50

Real desponta com pior desempenho entre moedas emergentes e commodities, refletindo preocupações com ascensão populista do governo Lula.

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(Imagem de reprodução da internet).

Dólar Dispara a Patamar de Quase Dois Meses

O dólar registrou um aumento significativo nesta sexta-feira (10), atingindo seu maior valor de fechamento em mais de dois meses. Esse movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo uma onda de aversão ao risco no exterior, intensificada pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, e preocupações com o quadro fiscal doméstico. A situação também foi influenciada pela percepção de um possível aumento do populismo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Análise do Mercado e Fatores de Influência

Inicialmente, o mercado experimentou uma leve queda, mas rapidamente se recuperou, impulsionado pela pressão de fatores externos. O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, também apresentou um aumento, atingindo um máximo de dois meses na quinta-feira (9), antes de recuar ligeiramente. Economistas, como André Valério do banco Inter, observaram uma “fuga para a qualidade”, com investidores buscando ativos mais seguros, como Treasuries e metais preciosos, em um cenário semelhante ao visto em abril no Liberation Day, quando Trump anunciou as tarifas recíprocas.

Medidas Governamentais e Impacto no Mercado

A alta do dólar foi acompanhada por medidas governamentais, como o lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário e a preparação de um pacote de R$ 100 bilhões para o ano que vem. As medidas incluem a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, a distribuição gratuita de gás de cozinha, o pagamento de bolsas do programa educacional Pé-de-Meia e isenção na conta de luz para 17 milhões de famílias. No entanto, essas iniciativas enfrentam resistência no Congresso, com a oposição já de olho nas eleições de 2026.

Perspectivas e Expectativas

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, destacou que o mercado estava “surfando o ambiente externo favorável”, deixando de lado os problemas fiscais. A expectativa é que o governo adote uma postura mais populista, buscando cumprir a meta fiscal. Apesar dos receios em relação ao quadro fiscal e à piora sazonal do fluxo cambial, André Valério acredita que o aumento do diferencial de juros interno e externo, com cortes da taxa básica americana e manutenção da Selic em 15% pelo menos até dezembro, tendem a amortecer o efeito de forças contrárias ao real.

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