As ações da M. Dias Branco (MDIA3) apresentaram uma significativa desvalorização nesta segunda-feira (10), com uma queda de quase 11% por volta das 14h30, sendo negociadas a R$ 26,05. Essa desvalorização está relacionada ao balanço do terceiro trimestre, divulgado na mesma data.
Desempenho Financeiro e Expectativas
Apesar do crescimento de 73% no lucro da companhia na comparação anual, atingindo R$ 216 milhões, o mercado demonstra preocupação com a rentabilidade. Análises do Bradesco BBI indicam que os resultados não atenderam às expectativas, que apontavam por sinais mais claros de recuperação da rentabilidade.
Receita e Margens
A receita líquida da M. Dias Branco no período foi de R$ 2,8 bilhões, um aumento de 16% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, porém, 4% abaixo do projetado pelo BBI. Essa queda se deve a preços mais baixos e a uma deterioração no mix de produtos oferecidos pela empresa.
Desempenho do Ebitda e Fluxo de Caixa
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 324 milhões, representando uma queda de 17% em relação às estimativas do Bradesco BBI, com uma margem de 11,6%. Apesar disso, a geração de fluxo de caixa operacional foi considerada sólida, em R$ 530 milhões, impulsionada por um destravamento de capital de giro de R$ 205 milhões, em resposta à queda nos preços das commodities, e pela maior monetização de tributos recuperáveis.
Contexto e Estratégia da M. Dias Branco
Segundo o BTG Pactual, a situação da M. Dias Branco deve ser analisada considerando os últimos anos, em que a empresa aumentou sua dependência de ajustes de preços, uma estratégia que sempre foi questionada devido à baixa força de marca e ao poder limitado de precificação da categoria.
Essa postura resultou em uma pressão sobre os volumes, culminando em um terceiro trimestre difícil, com preços acima dos concorrentes, levando a uma queda de 17% nos volumes de vendas.
Perspectivas Futuras e Recomendações
Nos próximos trimestres, será crucial avaliar se a M. Dias Branco conseguirá entregar a consistência necessária. Até que haja maior convicção sobre essa trajetória e seus impactos nos lucros, o BTG Pactual mantém a recomendação neutra para as ações da empresa.
