Magazine Luiza Enfrenta Desaceleração nas Vendas e Desafios no E-commerce
O Magazine Luiza (MGLU3) está lidando com uma desaceleração significativa nas vendas, conforme reportado no balanço do terceiro trimestre. A empresa optou por não se envolver na intensa competição no mercado de marketplaces, mesmo que isso resulte em uma queda nas vendas.
Fred Trajano, CEO da varejista, enfatizou que o resultado da empresa está ligado ao mercado brasileiro e aos custos operacionais, e que a empresa não tem como absorver perdas significativas no final do ano.
Foco em Rentabilidade e Resistência à Competição
A estratégia do Magalu é evitar a disputa acirrada entre players internacionais, como Mercado Livre, Amazon e Shopee, que estão dispostos a sacrificar lucros para expandir sua presença no Brasil. A empresa concentra-se em produtos com margem positiva, evitando categorias que exijam perdas financeiras.
Trajano ressaltou que a empresa nunca priorizou o crescimento à custa de perdas irracionais, e que a dinâmica atual no e-commerce 3P, com excesso de subsídios e frete grátis, é um fator de preocupação.
Análise de Especialistas e Perspectivas Futuras
Segundo o BTG Pactual, os números do terceiro trimestre foram fracos, com destaque para a queda nas vendas e a desaceleração nas lojas físicas. No entanto, o banco aponta tendências positivas para o longo prazo, considerando a rentabilidade e a geração de caixa da empresa.
O preço-alvo para a ação é R$ 12, o que representa um potencial de alta de 50% em relação ao fechamento da última quinta-feira.
Impacto da Selic e Desempenho Operacional
O CFO da empresa, Roberto Belíssimo, atribuiu a queda nos resultados à Selic, que se encontra no maior patamar em décadas. O JP Morgan destacou tendências operacionais fracas no trimestre, com vendas líquidas abaixo das expectativas, mas ressaltou o controle de despesas e a estabilidade da margem bruta.
A recomendação do JP Morgan é Underweight para os papéis MGLU3.
Perspectivas de Crescimento e Oportunidades
O Goldman Sachs avaliou que os resultados ilustram um cenário complicado para o crescimento da receita, mas demonstram um foco bem-sucedido em lucratividade e geração de caixa. A administração pode buscar oportunidades equilibradas de crescimento, considerando isenções fiscais para famílias de baixa renda, possíveis cortes de juros no horizonte e a Copa do Mundo em junho.
Por volta das 12h, as ações subiam 1,5% na bolsa de valores, negociadas a R$ 8,11. Logo na abertura dos mercados, os papéis chegaram a liderar os ganhos do Ibovespa, subindo mais de 5%.
