Diversidade Étnica no Brasil: O Caso de São Paulo
O Censo de 2022 revelou um dado surpreendente: 391 etnias, povos e grupos indígenas habitam o território brasileiro. A cidade de São Paulo se destaca como a que concentra a maior variedade de povos originários, com um total de 194 etnias.
A cidade é seguida por Manaus (AM), com 186, Rio de Janeiro (RJ), com 176 e Salvador (BA), onde vivem 142 povos indígenas. Dentro de São Paulo, Campinas se sobressai como a cidade com mais etnias fora das capitais, registrando 96.
Entre os estados, São Paulo lidera com 271 etnias, à frente de Amazonas (259) e Bahia (233). A concentração de etnias em São Paulo é resultado de diversos fatores, incluindo migrações, urbanização e a reemergência da identidade étnica.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o povo Aimara é o mais numeroso na capital paulista, com 1.935 indivíduos, seguido pelos Guarani Mbya (1.492). Um número significativo de 5.397 pessoas não declararam a qual etnia pertencem, e 2.706 não souberam responder.
Jefferson Mariano, analista Socioeconômico do IBGE, destaca a migração como um fator crucial. Ele explica que a mistura de migrações de países da América Latina, juntamente com a busca por oportunidades de estudo e trabalho, contribuem para a diversidade étnica em São Paulo.
Diversas etnias representam um número reduzido de indivíduos na capital paulista. No entanto, a cidade também abriga terras indígenas. São Paulo possui cinco territórios demarcados, quatro na zona sul e um no extremo oposto da capital, aos pés do Pico do Jaraguá.
A maior terra indígena do Brasil, a TI Jaraguá, inicialmente delimitada em 1987 com 1,7 hectare, teve sua área expandida para 532 hectares em 2015, mas a decisão foi posteriormente anulada devido a uma sobreposição com o Parque Estadual do Jaraguá.
A demarcação física dos 532 hectares foi concluída em maio deste ano, após um longo impasse.
Os próximos passos incluem a homologação pelo Presidente da República e o registro em cartório. Uma gestão compartilhada do território foi formalizada através de um acordo entre a comunidade indígena, o governo do estado e a Fundação Florestal.
