A Revelação de Margaret River: O Mundo em 50 Vinícolas
Em 2025, a edição 50 Best Vineyards revelou sua lista de premiação em Margaret River, no extremo oeste da Austrália. A escolha, carregada de simbolismo, celebrava uma região que há décadas competia pela atenção de amantes do vinho, como Napa e Bordeaux.
A seleção, realizada por uma Academia global com mais de 700 especialistas – sommeliers, enólogos, jornalistas e profissionais de turismo – reconheceu as vinícolas que oferecem as experiências mais marcantes ao longo do ano.
Entendendo a Essência do Reconhecimento
Julia Derado, sommelière do Rosewood São Paulo, elucidou o que impulsiona o sucesso dessas vinícolas. Segundo ela, a força reside em uma simples, porém poderosa, combinação: coerência entre paixão, ética e propósito. A experiência vinícola definitiva, na visão de Derado, é aquela que permite ao visitante entrar em contato com a origem do que consome, compreendendo a tradição do lugar e a história que ele conta.
A Experiência Imersiva na Taça
A visita a uma vinícola é, sem dúvida, uma experiência imperdível. Logo na chegada, o visitante já pode sentir a conexão com a origem do que consome, entendendo a tradição do lugar e a história que ela conta. Dentro da vinícola, o cheiro da fermentação e do envelhecimento do vinho cria uma sensação única e inesquecível.
Equilíbrio entre Inovação e Raízes
Cloudy Bay Mas, para ela, o fator humano e o terroir continuam sendo o que separa uma vinícola de outra. Cada pessoa da equipe traz suas referências e sua visão, criando um resultado único. As marcas do solo e do ambiente sempre aparecem no vinho e continuam definindo o que chega à taça.
O Desafio de 2025: Inovação e Tradição
Segundo Julia, o desafio das vinícolas em 2025 é equilibrar inovação e raízes. “O papel das vinícolas não é escolher entre passado e futuro, mas unir os dois. Elas investem em tecnologia para enfrentar os desafios do clima, mas seguem comprometidas com métodos tradicionais e com a expressão do terroir”, finaliza.
Panorama Mundial das Melhores Vinícolas
A lista de 2025 revelou um panorama diversificado de vinícolas em todo o mundo, cada uma com sua própria identidade e abordagem.
América do Sul – Vik, Chile (1º lugar mundial)
No Vale de Millahue, a duas horas e meia de Santiago, chama atenção uma construção metálica de desenho curvo: o teto de titânio da Viña VIK, criado pelo arquiteto Smiljan Radić. Fundada em 2004 por Alex e Carrie Vik, a vinícola surgiu após um estudo técnico de dois anos para identificar o melhor terroir possível, chamado pelos Mapuche de “Lugar de Ouro”.
VIK
Aqui, o vinho segue uma abordagem integrada. A diversidade de 12 microclimas permite produzir blends tintos de perfil internacional, como o VIK, inspirado no estilo bordalês, e o La Piu Bella, um Merlot que se destaca pela sua elegância e complexidade.
Ásia – 98Wines, Japão (20º lugar mundial)
A 98Wines, em Yamanashi, segue uma abordagem minimalista do vinho. Criada em 2017 por Yuki Hirayama, baseia-se na ideia de que “98 pode se tornar 100 ou até 200 através da colaboração de muitas pessoas”. Com vista para o Monte Fuji e Bacia de Kofu, a vinícola trabalha com duas uvas nativas: a Muscat Bailey A, originária de Niigata, e a Koshu, de Yamanashi.
Oceania – Cloudy Bay, Nova Zelândia (26º lugar mundial)
Com o lançamento de seu primeiro Sauvignon Blanc em 1985, a Cloudy Bay ajudou a projetar a Nova Zelândia no mercado internacional. Hoje, opera em duas regiões, revelando faces distintas da Nova Zelândia em suas sedes de Central Otago e Marlborough.
