“Margaret River lidera lista global de vinícolas em 2025”

“The World’s 50 Best Vineyards” elege Margaret River como líder em 2025; região australiana se destaca no cenário mundial do vinho, competindo com nomes renomados. A seleção, realizada por uma Academia global, impulsiona o destino de destaque. Vik, Chile (1º lugar mundial), Klein Constantia, África do Sul (6º lugar mundial), Jordan Vineyard & Winery, EUA (13º lugar mundial) e 98Wines, Japão (20º lugar mundial) também figuram na lista

24/12/2025 8:54

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(Imagem de reprodução da internet).

A Revelação de Margaret River: A Lista “The World’s 50 Best Vineyards” de 2025

Em 2025, a edição da lista “The World’s 50 Best Vineyards” revelou um novo líder: a região de Margaret River, no extremo oeste da Austrália. A escolha, simbólica e estratégica, consolidou a região como um destino de destaque no cenário mundial do vinho, competindo com nomes renomados como Napa e Bordeaux.

A seleção foi realizada por uma Academia global, composta por mais de 700 especialistas, incluindo sommeliers, enólogos, jornalistas e profissionais de turismo, que avaliaram as vinícolas de forma anônima, com base na experiência mais marcante oferecida ao longo do ano.

A Essência da Experiência Vinícola

Para entender os critérios que impulsionaram as vinícolas a alcançar o topo da lista, conversamos com Julia Derado, uma renomada sommelière do Rosewood São Paulo. Segundo ela, a força das vinícolas reconhecidas reside em uma combinação fundamental: a coerência entre a paixão dos seus criadores, a ética que permeia seus processos e um propósito claro que guia suas ações.

A experiência vinícola definitiva, na visão de Julia, reside na conexão imediata com a origem do que consumimos.

A Experiência Imersiva: Um Contato Direto com a Tradição

A visita a uma vinícola, segundo Julia, é uma experiência imperdível porque, logo na chegada, já é possível entrar em contato com a origem do que consumimos. Entende-se a tradição do lugar e a história que ela conta. Dentro da vinícola, o cheiro da fermentação e do envelhecimento do vinho cria uma sensação única e inesquecível, um mergulho sensorial que intensifica a apreciação do produto final.

Cloudy Bay: O Terroir como Diferencial

Cloudy Bay, para ela, o fator humano e o terroir continuam sendo o que separa uma vinícola de outra. Cada pessoa da equipe traz suas referências e sua visão, criando um resultado único. As marcas do solo e do ambiente sempre aparecem no vinho e continuam definindo o que chega à taça.

A marca registrada da Cloudy Bay é o Sauvignon Blanc, que se destaca pela sua acidez e notas cítricas, refletindo as características do terroir de Marlborough.

Panorama Global das Melhores Vinícolas

A lista “The World’s 50 Best Vineyards” de 2025 apresentou um panorama diversificado das melhores vinícolas do mundo, abrangendo diferentes continentes e estilos de produção. A seguir, um resumo das vinícolas que lideraram cada continente:

América do Sul – Vik, Chile (1º lugar mundial)

No Vale de Millahue, a duas horas e meia de Santiago, chama a atenção uma construção metálica de desenho curvo: o teto de titânio da Viña VIK, criado pelo arquiteto Smiljan Radić. Fundada em 2004 por Alex e Carrie Vik, a vinícola surgiu após um estudo técnico de dois anos para identificar o melhor terroir possível, chamado pelos Mapuche de “Lugar de Ouro”.

VIK

Aqui, o vinho segue uma abordagem integrada. A diversidade de 12 microclimas, com diferentes altitudes e tipos de solo, permite a produção de vinhos com características únicas. A vinícola também se preocupa com a sustentabilidade, utilizando energia renovável e práticas agrícolas orgânicas.

África – Klein Constantia, África do Sul (6º lugar mundial)

Poucos vinhos podem dizer que foram solicitados por Napoleão Bonaparte em seu leito de morte. O Vin de Constance, produzido na histórica propriedade Klein Constantia, carrega esse peso. A vinícola, fundada em 1685 nas encostas da Montanha Constantiaberg, recuperou sua relevância na década de 1980 após longo período de queda na produção.

O terroir de clima frio, influenciado pela False Bay, favorece Sauvignon Blancs de perfil mineral. Mas o destaque permanece com o Muscat de Frontignan usado no Vin de Constance, um vinho doce natural que equilibra açúcar e acidez.

América do Norte – Jordan Vineyard & Winery, EUA (13º lugar mundial)

Em 1972, Tom e Sally Jordan decidiram estabelecer no Alexander Valley, em Sonoma, Califórnia, uma vinícola inspirada em referências francesas. Em vez de diversificar, escolheram trabalhar apenas com Chardonnay e Cabernet Sauvignon, a casta pela qual a vinícola é mais lembrada.

Atualmente, são 18 rótulos feitos com a uva, em safras que vão de 2006 a 2021. A vinícola oferece uma programação variada de visitas que combinam degustações, gastronomia e um panorama do trabalho feito na propriedade.

Ásia – 98Wines, Japão (20º lugar mundial)

A 98Wines, em Yamanashi, segue uma abordagem minimalista do vinho. Criada em 2017 por Yuki Hirayama, baseia-se na ideia de que “98 pode se tornar 100 ou até 200 através da colaboração de muitas pessoas”. Com vista para o Monte Fuji e Bacia de Kofu, a vinícola trabalha com duas uvas nativas: a Muscat Bailey A, originária de Niigata, e a Koshu, de Yamanashi.

Delas, são produzidos brancos, tintos e rosés, todos disponíveis para degustação.

Oceania – Cloudy Bay, Nova Zelândia (26º lugar mundial)

Com o lançamento de seu primeiro Sauvignon Blanc em 1985, a Cloudy Bay ajudou a projetar a Nova Zelândia no mercado internacional. Hoje, opera em duas regiões, revelando faces distintas da Nova Zelândia em suas sedes de Central Otago e Marlborough.

Em Central Otago, o lago e a vista para a Cordilheira Pisa formam o cenário do The Shed, espaço que oferece desde flights clássicos até degustações verticais, incluindo o destaque local, o Te Wāhi, um Pinot Noir de clima frio.

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