Maria Lebel conquista o Nobel da Agricultura e outros brasileiros se aproximam do prêmio

Rio de Janeiro, Brasil, registra histórico com físico injustiçado e pioneira do Nobel da Agricultura, mas país ainda não possui laureado oficial.

05/10/2025 10:19

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Maria Lebel conquista o Nobel da Agricultura e outros brasileiros se aproximam do prêmio
(Imagem de reprodução da internet).

Quase Nobel: Brasileiros que se Aproximaram do Prêmio Mais Prestigiado

Ao longo de mais de um século, o Prêmio Nobel tem sido um objetivo distante para cientistas e intelectuais brasileiros. Apesar de inúmeras contribuições significativas, nenhum cidadão do Brasil alcançou a tão sonhada medalha e o cheque milionário que acompanham o prêmio. No entanto, essa busca por reconhecimento gerou histórias de quase-laureados, reconhecimentos alternativos e um legado que se perpetua até hoje.

Um exemplo emblemático é o de Peter Brian Medawar, nascido no Rio de Janeiro, mas que construiu sua carreira científica na Inglaterra. Em 1960, ele recebeu o Nobel de Medicina, juntamente com Frank Macfarlane Burnet, por sua descoberta da tolerância imunológica adquirida, um avanço fundamental para os transplantes modernos. Apesar de sua importância, Medawar é oficialmente registrado como britânico, levantando a questão de se ele pode ser considerado o primeiro “Nobel brasileiro”.

Outro caso notável é o do físico César Lattes, que desempenhou um papel crucial na descoberta do píon, partícula que comprovou a teoria das forças nucleares de Hideki Yukawa, vencedor do Nobel de Física em 1949. Apesar de sua contribuição fundamental, Lattes foi excluído do prêmio, alimentando a narrativa de uma das grandes injustiças da ciência moderna. A Academia Nobel reconheceu apenas Cecil Powell como laureado, omitindo os demais colaboradores.

A importância de César Lattes para a ciência se manifestou através do Currículo Lattes, plataforma acadêmica que leva seu nome e que se tornou o sistema de registro e consulta da produção científica e tecnológica nacional. Além disso, a trajetória de Medawar, Lattes e outros cientistas brasileiros inspirou o país a buscar excelência em áreas do conhecimento que, oficialmente, o Nobel nunca reconheceu, como a matemática. A conquista da Medalha Fields por Artur Avila em 2014, por exemplo, projetou o Brasil em um território científico que, até então, o Nobel havia deixado de lado.

Mariangela Hungria, agrônoma e microbiologista da Embrapa, representa a continuidade dessa trajetória. Em 2025, ela recebeu o World Food Prize, um prêmio conhecido como o “Nobel da Agricultura”, e se tornou a primeira brasileira a receber essa honraria, coroando um legado de pesquisa e inovação que transformou a agricultura brasileira e contribuiu para a segurança alimentar global.

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